Equipe especial vai tratar de vítimas de contaminação

Até agora foram detectadas 76 pessoas afetadas, com volume de chumbo no sangue superior a 10 miligramas por decilitro, limite estabelecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

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Por Agencia Estado
Atualização:

Enquanto aguarda novos resultados dos exames de sangue das crianças moradoras ao redor da unidade metalúrgica da Indústria de Acumuladores Ajax, interditada por razões de segurança ambiental, o diretor técnico da Divisão Regional da Saúde, Affonso Viviani, anunciou - durante a audiência pública realizada na Câmara Municipal - a constituição de uma equipe multitarefa de médicos, psicólogos e outros profissionais da Faculdade de Medicina da Unesp de Botucatu, e do Hospital de Reabilitação de Lesões Labiopalatais da USP, sediado em Bauru, para cuidar do tratamento das pessoas contaminadas pelas partículas de chumbo lançadas ao ar pelas chaminés da empresa. Até agora foram detectadas 76 pessoas contaminadas, com volume de chumbo no sangue superior a 10 miligramas por decilitro, limite estabelecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A montagem da equipe evitará que os pacientes tenham que viajar até Botucatu, distante 100 quilômetros de Bauru. Durante a audiência, realizada pela Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Câmara Municipal de Bauru, o presidente Nasser Farache disse que a empresa está disposta a atender a todas as determinações ambientais e a reparar os danos que forem tidos como de sua responsabilidade. Explicou que o setor de processamento de chumbo foi instalado há 28 anos, quando a legislação ambiental brasileira não fazia grandes exigências, mas que, no ano passado, já foram aplicados R$ 1,5 milhão em equipamentos de proteção. Falou também que a preservação da saúde dos empregados e dos moradores da região está entre suas preocupações empresariais. Embora abrigue apenas 100 dos 1100 empregados da empresa, o setor metalúrgico, que está interditado pela Cetesb e por ordem judicial, responde com 90% da matéria-prima utilizada para a confecção das baterias novas. A atividade evita a importação de chumbo e, de quebra, recicla as baterias velhas, que constituem lixo tóxico. Além da empresa, compareceram à audiência representantes dos órgãos de saúde e do meio ambiente do Estado e do município, o Ministério Público e ambientalistas capitaneados pelo Instituto Vidágua, autor da ação civil que provocou a interdição judicial da empresa. Ao final da reunião, por sugestão do vereador José Humberto Santana (PV), que presidiu a reunião, foi constituída uma comissão para acompanhar o socorro às vítimas e a recuperação da indústria para sua desinterdição.

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