Esgoto ameaça rio que abastece 13,5 milhões

Paraíba do Sul recebe quantidade crescente de resíduos não tratados; consumo de água também aumenta, em residências e em empresas

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Por Agencia Estado
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Importante provedor da água que abastece cerca de 13,5 milhões de pessoas em municípios do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo, o Rio Paraíba do Sul está sofrendo com a falta de tratamento do esgoto que recebe. Levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para o Atlas de Saneamento, lançado na segunda-feira, mostra que em 77,8% das medições feitas no rio, os índices de coliformes fecais estavam acima do máximo permitido. Em 11,8% das medições, a disponibilidade de oxigênio na água estava abaixo do necessário. "Quanto mais contaminada estiver a água, mais caro e mais difícil é o tratamento da água que será distribuída", diz o geógrafo do IBGE Cláudio Stenner, responsável pelo estudo da Bacia Hidrográfica do Paraíba do Sul. Apenas 15% do esgoto coletado nos 162 municípios da bacia é tratado. Demanda cada vez maior O estudo mostra ainda que a demanda pela água do Paraíba do Sul é cada vez maior, e não apenas para os domicílios e para as indústrias em centros importantes como São José dos Campos, Resende e Volta Redonda. É preciso prover também 11 usinas hidrelétricas localizadas na área da bacia, de 55.400 km². A medição dos coliformes fecais mostra que há contaminação ao longo de todo o rio e seus afluentes. Já em relação à disponibilidade de oxigênio, os piores índices estão próximos às cidades de Petrópolis, Teresópolis, Nova Friburgo (RJ), Juiz de Fora, Santos Dumont e Ubá (MG). Nestes pontos, o volume de água dos afluentes é menor e o volume de esgoto despejado é grande, levando a altos índices de contaminação. Embora não esteja na área da bacia do Rio Paraíba do Sul a região metropolitana do Rio é quase totalmente abastecida por suas águas, que são desviadas para o sistema de abastecimento Light/Guandu. A bacia ocupa apenas 0,65% do território nacional, mas é responsável pelo abastecimento de água de 7,95% da população brasileira.

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