Espanha admite ter dificuldades para retirar petróleo do Prestige

Uma mudança na direção do vento fez com que seja inevitável que outra onda de manchas atinja em breve o litoral do noroeste da Galícia, ameaçando ainda mais as Rías Baixas, uma das áreas mais ricas do mundo em crustáceos

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Por Agencia Estado
Atualização:

O governo espanhol reconheceu que há sérios problemas para retirar o petróleo do navio naufragado Prestige, afirmando que algumas manchas de óleo estão submersas e pedindo para os pescadores repetirem uma campanha frenética em busca dos pequenos fragmentos de petróleo dispersos na água. Uma mudança na direção do vento fez com que seja inevitável que outra onda de manchas atinja em breve o litoral do noroeste da Galícia, ameaçando ainda mais as Rías Baixas, uma das áreas mais ricas do mundo em crustáceos, disse hoje o vice-primeiro-ministro Mariano Rajoy, em sua entrevista diária sobre a catástrofe provocada pelo navio Prestige. Rajoy disse que especialistas do governo em poluição observaram que algumas manchas aparecem sem aviso perto da costa, em virtude de elas estarem se movimentando sob a água. Ele também afirmou que grandes manchas se desdobraram e deram origem a pequenas, tornando mais difícil que uma frota internacional de navios possa sugá-las. Uma operação de limpeza que começou na semana passada - pescadores tentaram desesperadamente proteger seu meio de vida nos estuários usando redes e guindastes e até as próprias mãos para retirar o petróleo - terá de ser repetida logo, disse o ministro. "Os grandes navios não podem colher este petróleo. Precisamos de todos os barcos pesqueiros disponíveis, tão logo seja possível, para lutar contra este derramamento", afirmou Rajoy. Uma comissão científica espanhola afirmou que o navio Prestige está lançando 125 toneladas de petróleo por dia, e que poderia continuar a fazê-lo até março de 2006. O governo francês afirmou hoje que o petróleo do navio naufragado vai ameaçar a costa atlântica francesa por meses, ou anos. A ministra da Ecologia, Roselyne Bachelot, disse ao Parlamento que embora os ventos estejam mantendo - pelo menos por enquanto - as grandes manchas longe da costa francesa, permanecem outras ameaças. Bachelot disse que estava particularmente preocupada com as manchas que viajam pouco abaixo da superfície - e portanto não podem ser detectadas - e o vazamento contínuo do petroleiro.

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