A aids matará cerca de 70 milhões de pessoas em todo o mundo até 2020 se não for descoberta uma vacina, e o modo mais rápido de fazê-lo é por meio de um ?programa de choque?. Numa proposta formal, publicada na edição desta semana da revista Science, alguns dos mais destacados pesquisadores de vários países propõem a criação de uma rede de centros de pesquisa, coordenados para produzir a vacina. Entre os 24 autores da proposta contam-se dois vencedores de Prêmios Nobel, reitores de universidades, diretores de importantes instituições de saúde dos Estados Unidos e pesquisadores da França, África do Sul, Reino Unido, Suíça, China, Índia e Nações Unidas. Segundo um dos autores, David Baltimore, ganhador do Nobel, a investigação proposta terá de ser aberta, de modo a haver partilha rápida e total de informações e descobertas entre os laboratórios envolvidos. Os especialistas estimam que este programa de choque proposto custe milhões de euros e leve cinco a dez anos para dar resultados. "Mas é um esforço que a humanidade não pode ignorar", afirmam. Apesar de mais de 20 anos de esforços, ainda está por se descobrir a abordagem ideal para atacar o vírus da imunodeficiência humana (HIV), causador da aids.