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Estado quer reintegração de Estação Experimental de Mogi Guaçu

Unidade de conservação voltada à pesquisa foi invadida por cerca de 400 pessoas ligadas ao MST

Por Agencia Estado
Atualização:

A Secretaria Estadual do Meio Ambiente entrou hoje, na Comarca de Campinas, com pedido de reintegração de posse da Estação Experimental de Mogi Guaçu, invadida no último sábado por cerca de 400 trabalhadores rurais, ligados ao MST. A área é uma unidade de conservação estadual, do Instituto Florestal, utilizada para pesquisas ambientais. A Estação Experimental, de 3.050 hectares (ha), faz parte do complexo ecológico de Mogi Guaçu (a 80 quilômetros de Campinas), conhecido como fazenda Campininha, composto ainda por uma Estação Ecológica, com 980 ha, e uma Reserva Biológica, com 460 ha. ?Invadir uma estação experimental é como invadir a Universidade de São Paulo, pois trata-se de um laboratório ao ar livre. O local é destinado a plantação e manejo florestal de talões de várias espécies de eucalipto e, se existem áreas onde não se mexe nas árvores há três anos, por exemplo, é porque faz parte do processo. Essa foi uma ação equivocada do MST, pois é uma área de preservação ambiental pública?, disse o secretário do Meio Ambiente, José Goldemberg. Segundo o secretário, não existe registro, ainda, de que os ocupantes estejam desmatando a área. ?Se cortarem qualquer espécie nativa na região, estarão cometendo crime ambiental?, disse. A área invadida está destinada ao plantio de 90 ha com florestas nativas como parte de compensação ambiental da Companhia de Transmissão de Energia Elétrica e que formará um corredor ecológico ao longo de riacho e mata ciliar, entre a Estação Ecológica de Mogi Guaçu, do Instituto Florestal, e a Reserva Biológica de Mogi Guaçu, do Instituto de Botânica. Além desse complexo destinado à proteção ambiental, a Estação Experimental abriga o Arboreto Dr. Hermógenes Freitas Leitão Filho, com 1.263 espécies implantadas como banco genético; 45 ha do Projeto de Madeira de Lei, implantado em 2002; pomares de produção de sementes de espécies de Pinus e Eucalipto, com vários experimentos e atividades científicas; e uma intensa atividade florestal, com a movimentação de mais de R$ 900 mil, em 2002, referentes à venda de madeira e produção de resina.

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