Pesquisadores nos EUA dizem ter encontrado o que leva à forma mais comum de diabete, a tipo 2, e sugerem que um tratamento simples e barato poderia evitar que milhares de pessoas fossem afetadas pela doença em todo o mundo. Os cientistas do Centro Joslin de Diabetes, em Boston, descobriram uma "chave genética" que age no fígado quando a pessoa está acima do peso - a obesidade tem sido ligada à doença, mas até hoje a relação não era clara. Os pesquisadores viram que, acionada, essa "chave" leva a uma inflamação leve, que provoca a produção excessiva de insulina e leva ao surgimento do quadro. A equipe sabia que o fígado de pessoas obesas diabéticas apresenta uma taxa alta da proteína NF-kB, que provoca uma inflamação. Normalmente, ela é fabricada em resposta a uma infecção, mas camundongos obesos, com o fígado saturado de gordura, produzem a proteína em quantidades bastante inferiores. Ao "desligar" o gene que produz a NF-kB, os pesquisadores reduziram a inflamação e outros sintomas da doença nos animais. "Há bons motivos para acreditar que a pesquisa poderia levar à criação de uma terapia para diabete", comenta Gokhan Hotamisligil, professor de genética e metabolismo na Escola de Saúde Pública da Universidade Harvard, que não está envolvido no estudo. "Estou realmente convencido de que as terapias para diabete vão surgir da biologia molecular."