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EUA querem questionar barreiras européias a transgênicos

Por Agencia Estado
Atualização:

Os Estados Unidos estão em busca de aliados para denunciar e contestar, na Organização Mundial do Comércio (OMC), a decisão da União Européia de restringir drasticamente a entrada de produtos geneticamente modificados (transgênicos). Pressionados pela indústria agrícola norte-americana, que argumentam perdas de pelo menos US$ 275 milhões por causa das barreiras, a administração Bush quer abrir mais uma frente de batalha contra a União Européia na OMC, informa hoje o jornal econômico espanhol Cinco Dias. Atualmente, vários países do bloco europeu não permitem a entrada de novos produtos transgênicos. França, Dinamarca, Bélgica, Itália, Alemanha, Suécia, Luxemburgo e Grécia, por exemplo, evitam a importação de alimentos geneticamente modificados. Apesar disso, a Comissão Européia, órgão executivo máximo da União Européia, acredita que Washington não tem motivos para iniciar uma nova guerra comercial, já que a União Européia regulamentou a entrada de produtos transgênicos em dezembro do ano passado e ainda está estudando normas para sementes e alimentos para animais. A Comissão Européia afirma que os EUA deveriam entender que a União Européia tem seus próprios procedimentos para importar produtos e, preventivamente, são mais lentos para a importação dos geneticamente modificados. De acordo com as normas européia, já existem procedimentos para aceitar alguns produtos, como milho transgênico. Bruxelas não acredita também que Washington esteja disposta a embarcar em uma nova disputa comercial, colocando em risco relações bilaterais que movimentam 1 bilhão de euros (pouco mais de US$ 1 bilhão) por dia. "O aumento das alíquotas de importação de aço imposto pelo governo norte-americano, a nova lei agrícola dos EUA que aumentou em 67% os subsídios internos, as leis antidumping e as vantagens fiscais concedidas a empresas norte-americanas que operam no exterior são conflitos mais do que suficientes entre os EUA e Europa como para pensar em outros, opina a Comissão Européia.

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