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EUA querem reenviar homem à Lua em 2018

Projeto de incremento de plataforma tecnológica da Nasa prevê a substituição da frota espacial da Agência

Por Agencia Estado
Atualização:

A Direção Nacional de Aeronáutica e Espaço dos EUA disse que espera enviar novamente um astronauta à Lua em 2018, quase meio século após o homem pisar pela primeira vez no solo do satélite. Para tanto, espera utilizar uma combinação de tecnologia empregada nos atuais ônibus espaciais e partes do antigo projeto Apolo. A Nasa apresentou seu plano de exploração lunar à Casa Branca e ao Congresso nesta semana. Outro anúncio sobre o tema está programado para esta segunda-feira, na sede da Agência, em Washington. Segundo o jornal New York Times, especialistas em transporte aeroespacial disseram que a Casa Branca apoiou o plano da Nasa para substituir a envelhecida frota de naves espaciais com asas por uma nova geração de veículos capaz de levar exploradores humanos para a Lua e, mais adiante, Marte e além. O plano está pronto para ser divulgado há seis semanas, mas foi mantido em segredo por causa de atrasos na aprovação da Casa Branca. Os novos foguetes e espaçonaves são um novo e radical ponto de partida para o programa espacial, rearranjando os componentes do ônibus espacial em um novo desenho que promete ser mais poderoso e seguro do que o anterior. A proposta de redesenho foi divulgada pela primeira vez em agosto por funcionários da agência e especialistas privados. Diferente do ônibus, os novos veículos separariam o trabalho de transportar pessoas e carga na órbita e colocariam as cargas sobre os foguetes - até onde fosse possível, em função do perigo de incendiar os aparelhos e de placas se desprenderem, responsáveis pelos acidentes que destruíram a Challenger em 1986 e a Columbia em 2003. Em discurso durante conferência sobre temas espaciais realizada na Califórnia há um mês e meio, Michael Griffin, diretor da Nasa, disse que a concepção da nova nave se baseou em desenhos consagrados. O fato de o projeto utilizar tecnologia relativamente antiga em vez de avanços de ponta "faz muito sentido do ponto de vista tecnológico e administrativo", disse John Logsdon, diretor do centro de políticas espaciais da Universidade George Washington. Ele e outros membros da Junta de Investigação do Acidente do Columbia pediu à Nasa que abandonasse os atuais ônibus espaciais o quanto antes. "Tem (o novo projeto) vários pontos a favor. Um deles é que as pessoas que desenharam o Apolo eram muito inteligente", disse Logsdon. "A questão é de programação, não de abordagem básica." Logsdon explica que depender de tecnologia avançada ainda sem testes desaceleraria todo o processo e aumentaria os custos: o novo plano lançaria mão da rede de milhares de fornecedores e tecnologias, teoricamente acelerando a realização e gastando menos. A primeira viagem deste veículo de exploração seria em uma órbita terrestre baixa, possivelmente por volta de 2012, cerca de dois anos após o último vôo programado para o antigo ônibus. Em janeiro do ano passado, cinco meses após o acidente com o Columbia, o presidente americano George W. Bush determinou que o atual ônibus espacial terá vida até 2010, quando será finalmente substituído pelo novo veículo. A meta principal do novo programa é levar o homem de volta à Lua no máximo em 2020.

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