EUA só normalizaram relações com o Vaticano em 1984

Com um dos reinados mais longos, João Paulo II foi o pontífice que mais se reuniu com presidentes americanos

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Por Da Redação e com Associated Press
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País de maioria protestante, os Estados Unidos só estabeleceram relações normais o Estado do Vaticano em 1984, no governo Ronald Reagan e reinado de João Paulo II. A decisão de Reagan causou controvérsia na época. Embora o primeiro encontro entre um papa e um presidente americano date de 1919, quando Woodrow Wilson visitou Bento XV no Vaticano, um papa só se reuniu com um presidente dos EUA em território americano em 1965, durante o governo de Lyndon Johnson. A reunião, realizada em Nova York, trouxe um pequeno impasse diplomático, já que Paulo VI, o pontífice de então, era chefe de um Estado ainda não reconhecido pelos EUA. Fotos dos papas com os presidentes americanos  Católicos insatisfeitos também aguardam o papa nos EUA Papa deve falar sobre escândalos da Igreja em viagem aos EUA Uma Igreja sofrida e insegura aguarda Bento XVI nos EUA A tensão entre a Igreja Católica e a tradição americana de protestantismo e separação entre religião e Estado se fez sentir em momentos históricos, como a campanha eleitoral que levou John Kennedy, um católico, à Presidência. Em um discurso famoso, proferido em plena corrida eleitoral de 1960, Kennedy disse que "nenhum prelado católico dirá ao presidente, se ele for católico, como agir, e nenhum pastor protestante dirá a seus fiéis em quem votar". "Porque sou católico, e nenhum católico jamais foi eleito presidente, as questões reais desta campanha foram obscurecidas", afirmou ele, no mesmo pronunciamento. Ao se encontrar com o papa Paulo VI, em 1963, o já eleito Kennedy limitou-se a apertar a mão do pontífice, em vez de seguir a tradição católica e beijar-lhe o anel. Com um dos reinados mais longos da história do papado, João Paulo II foi o pontífice que mais encontros teve com presidentes americanos: dois com Jimmy Carter, quatro com Ronald Reagan - na primeira reunião entre ambos, em 1982, Reagan pareceu cochilar enquanto o papa  falava - dois com George H. Bush, quatro com Bill Clinton e três com George W. Bush. O atual presidente Bush também foi o primeiro presidente dos EUA a assistir, no cargo, ao funeral de um papa em Roma, e já se reuniu com Bento XVI no Vaticano, em 2007. Nessa visita, Bush dirigiu-se ao papa como "senhor" - não "santidade", como pede o protocolo - e reclinou-se na cadeira, em vez de manter uma postura respeitosa. Isso levou a agência de notícias italiana Ansa a disparar um parágrafo com o título "Gafe Presidencial".   Na visita desta terça-feira, 15, a primeira de Bento XVI aos EUA, Bush quebrará o protocolo e irá encontrar o papa na Base Aérea Andrews, em vez de esperá-lo na Casa Branca. A cerimônia de recepção, no Gramado Sul da Casa Branca, terá o maior número de convidados reunidos no local por Bush. E o presidente oferecerá um jantar de aniversário em homenagem ao papa - que completa 81 anos na quarta-feira -, ao qual o pontífice não comparecerá.

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