27 de novembro de 2017 | 19h27
FLAGSTAFF - Uma nova interpretação de dados obtidos em 2011 pela sonda Mars Reconnaissance Orbiter (MRO) concluiu que em Marte pode haver menos água do que se acreditava e o que foi considerado como "rios" pode ser, na realidade, correntes de ar carregadas de areia. As conclusões desse novo estudo, coordenado pela Universidade do Arizona, foram publicadas pela revista Nature Geoscience.
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Segundo a Agência Espacial Norte-Americana (Nasa, na sigla em inglês), "as marcas escuras em Marte, anteriormente consideradas como uma prova de correntes de água na superfície do planeta, foram interpretadas por uma nova pesquisa com fluxos granulares, nos quais grãos de areia e pó caem ladeira abaixo, criando leitos escuros".
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"Considerávamos esses fluxos como correntes de água, mas o que vemos nessas encostas responde mais ao que poderíamos esperar de areia seca", afirmou Colin Dundas, autor do artigo e membro do Departamento de Pesquisa Geológica do Centro de Ciência Astrológica de Flagstaff, no Arizona, junto com Alfred McEwen.
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Assim, o estudo descarta a presença suficiente de líquido em Marte. De acordo com McEwen, é possível que a água de Marte "esteja presa em camadas finas sob a superfície" e que sua presença desestabilize os grãos de areia, deslizando-os.
Para ele, "quando isso acontece, o solo úmido e mais escuro permanece temporariamente descoberto, depois se seca e desaparece".
As conclusões contradizem a teoria defendida até o momento pela própria Nasa, que, em 2015, disse ter provas da existência de água em Marte. /ANSA
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