Evolução dos micróbios completou-se há 2,5 bilhões de anos

Fato deles estarem na extremidade da árvore da vida indica que evolução não acontece há muito tempo

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Por Efe
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Para uma infinidade de micróbios, a evolução em grande escala se completou há 2,5 bilhões de anos, segundo um estudo publicado nesta quinta-feira, 19, pela revista Science.   "Aparentemente, a maior parte da evolução dos micróbios ocorreu antes que tenhamos registro disso, muito cedo na pré-história", afirma Roger Buick, paleontólogo e astrobiólogo (que estuda a vida no universo) da Universidade de Washington.   Todos os organismos vivos conhecidos precisam de nitrogênio, um componente básico dos aminoácidos e das proteínas. Mas para que esse nitrogênio, que está na atmosfera, sustente a vida, ele deve se fixar, ou se transformar em uma forma com uso biológico.   Alguns micróbios agregam o nitrogênio da atmosfera ao hidrogênio, criando moléculas que outros organismos podem absorver facilmente.   A investigação mostra que há 2,5 bilhões de anos evoluíram alguns micróbios que levaram o processo um passo adiante, agregando oxigênio ao conjunto, para a produção de nitrato, que também pode ser usado pelos organismos vivos.   Isso, segundo ele, foi o começo do que hoje se conhece como o ciclo aeróbio do nitrogênio, do qual depende a vida na Terra.   Os micróbios que realizaram essa façanha são bactérias e archaea que se encontram nos pontos extremos dos ramos desses dois grupos na "árvore da evolução".   Os archaea são micróbios unicelulares que, junto com as bactérias, constituem uma categoria de pequenos organismos cujo material genético não se encontra em um núcleo definido, como o que se vê nas plantas ou animais.   No passado os archaea eram considerados um grupo raro de bactérias, mas tendo uma história de evolução independente e uma bioquímica muito diferente da de outras formas de vida, agora são classificados como um reino diferente, dentro do sistema criado por Carl Woese.   O fato dos micro-organismos que agregam oxigênio aos compostos de nitrogênio estarem na extremidade da árvore da vida indica que a evolução em grande escala de ambos os grupos não acontece já há 2,5 bilhões de anos.

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