Exército atuará contra desmatamento da Amazônia

Militares cobrirão falta de fiscais do Ibama. Estratégia é parte do Plano de Ação para a Amazônia Legal

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Por Agencia Estado
Atualização:

A participação de militares, que hoje ocorre de forma pontual e em ações de inteligência, passará a integrar a rotina do combate ao desmatamento. A estratégia faz parte do Plano de Ação de Prevenção e Controle do Desmatamento da Amazônia Legal, cujo lançamento, feito nesta segunda-feira pelo governo, ocorre pouco antes do anúncio de novo recorde de perda na região. O programa foi preparado ao longo de oito meses por um grupo formado por representantes de 11 ministérios. Traça um conjunto de políticas para tentar reduzir a perda de verde na região. A participação das Forças Armadas foi a maneira encontrada para driblar o número insuficiente de fiscais do Ibama. Está previsto um novo concurso para preencher 900 vagas, mas apenas parte dos contratados irá para a região. Orçamento "O plano pretende interromper a dinâmica perversa do desmatamento. É uma proposta estruturante", afirmou a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. O orçamento previsto neste ano para ações de antidesmatamento é de R$ 394 milhões. A maioria - 61% - será destinada para ordenamento fundiário, isto é, para regularizar a posse da terra e evitar grilagem. Outros 21% serão aplicados num sistema para monitorar a perda de vegetação. Sistema de alerta O programa vai proteger principalmente o chamado arco do desmatamento, na área de influência da rodovia BR-163 (Cuiabá-Santarém). Um sistema integrado de alerta, alimentado por fotos de satélites, acionará a fiscalização integrada nas áreas trabalhista, ambiental, fiscal, tributária e fundiária. O Ibama já instalou 19 bases em áreas críticas na Amazônia para dar suporte ao novo sistema de fiscalização. O combate à grilagem de terras inclui a implantação, até 2006, de um cadastro rural e a criação de um Cadin Verde em que constarão as empresas com pendências ambientais. O ministro da Casa Civil, José Dirceu, informou que toda obra de infra-estrutura na região deverá ser precedida de um plano de sustentabilidade ambiental. Ele informou que, no futuro, as ações deverão ser coordenadas com países vizinhos na região. "Vamos lembrar que a floresta amazônica não é apenas brasileira".

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