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Exército e Ibama flagram ataques à terra do meio

"Parece que todo mundo está aproveitando o verão amazônico para derrubar e queimar tudo"

Por Agencia Estado
Atualização:

Numa operação que envolve o Exército e a Polícia Federal na região da Terra do Meio, um território de 8,5 milhões de hectares entre o leste e o oeste do Pará, fiscais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) flagraram, em apenas uma semana, grandes focos de queimadas, desmatamento em reservas ambientais e grilagem de terras. Somente em Novo Progresso, município cortado pela rodovia Santarém-Cuiabá, foram apreendidos dez caminhões que transportavam madeira cortada sem autorização do Ibama. Em São Félix do Xingu, mais ao sul do Estado, os fiscais e militares constataram, num sobrevôo de helicóptero, homens derrubando a floresta para transformá-la em pasto para o gado. Ao perceber que estavam sendo filmados, os trabalhadores fugiram pela mata, deixando no local seus veículos e motosserras. "Parece que todo mundo está aproveitando o verão amazônico para derrubar e queimar tudo", lamentou ao Estado o chefe da operação, Manoel Costa Filho, o Baiano, diretor de fiscalização do Ibama em Santarém. Ele disse que as seis frentes de combate aos crimes ambientais e à grilagem envolvem cerca de 140 pessoas entre civis e militares, mas isso ainda é pouco para fiscalizar e reprimir tantas agressões à floresta. Cada uma das seis equipes é composta por cinco fiscais e dez policiais militares. O Exército e a PF colaboram com outros 50 homens, cedendo também barracas de campanha e veículos. Além de helicópteros, lanchas e carros, os fiscais também utilizam motocicletas para percorrer áreas de difícil acesso. As viagens de lancha e barco estão sendo prejudicadas pela pouca profundidade dos rios durante o verão. As madeireiras ilegais que atuam em Altamira, Castelo dos Sonhos e Rio Pardo procuram áreas cada vez mais distantes dos eixos rodoviários para desmatar. Nos municípios de Monte Alegre e Alenquer, segundo denúncias recebidas por Manoel Costa Filho, uma área superior a 100 mil hectares já teria sido derrubada por empresários de soja. Uma equipe foi deslocada para a região.

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