Experiência tentará reproduzir instante após o Big Bang

Dentro das próximas semanas, cientistas injetarão raios em duas direções e farão com que as partículas colidam

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Por ROBERT EVANS
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Cientistas de um grande laboratório subterrâneo da Suíça vão realizar na quarta-feira, 10, um experimento para tentar recriar, em pequena escala, as primeirtas frações de segundo após o Big Bang.  Veja também: Experiência do LHC depende de rede mundial de computadoresEstudo reafirma que acelerador de partículas LHC é seguroCientistas criam rap para explicar o Grande Colisor de HádronsTerminam os últimos testes do Grande Colisor de HádronsAcelerador de partículas será testado em setembroLHC não vai destruir a Terra, conclui relatório de segurançaCientistas querem proibir simulação do 'Big Bang' Site do CernSite do LHC GridAnimação que explica como o LHC Grid funcionaVídeo do Cern explica o LHC em três minutos (em inglês)  Galeria com imagens do LHC  O Grande Colisor de Hádrons (LHC, na sigla em inglês) usará ímãs gigantes colocados dentro de cavernas do tamanho de catedrais para conduzir raios de partículas de energia ao redor de um túnel de 27 quilômetros, onde vão colidir quase à velocidade da luz. Computadores analisarão as partículas produzidas em busca de pistas sobre o que ocorreu no Big Bang. Cientistas do laboratório, administrado pela Organização Européia de Pesquisa Nuclear (Cern) e localizado aos pés das montanhas Jura, tentarão descobrir mais sobre conceitos nebulosos como "matéria escura", "energia escura", dimensões paralelas e, principalmente, o "bóson de Higgs", a partícula que estaria por trás da massa das demais partículas. "O LHC foi elaborado para mudar radicalmente a forma como vemos o universo", disse o diretor-geral francês da Cern, Robert Aymar. "Independente das descobertas que isso proporcione, a compreensão da humanidade sobre as origens do mundo se tornará muito mais rica." Os cientistas da Cern esforçaram-se para rebater as sugestões feitas por alguns de que a experiência poderia criar pequenos buracos negros de gravidade intensa capazes de sugar todo o planeta. O esforço de US$ 9 bilhões realizado na Cern, entidade da qual participam 20 países europeus, começa com um procedimento relativamente simples: injetar um raio de partículas no túnel subterrâneo. Os técnicos tentarão primeiro injetar um raio em uma direção do colisor hermeticamente fechado e localizado cerca de 100 metros abaixo do solo. Uma vez feito isso -- e autoridades da Cern afirmam não haver garantia de que o experimento dê certo na primeira tentativa, ou mesmo nos primeiros dias de tentativa --, os técnicos projetarão um raio, também a uma velocidade um pouco menor que a da luz, na direção contrária. E então, talvez dentro das próximas semanas, os cientistas injetarão os raios nas duas direções e farão com que as partículas colidam entre si -- inicialmente, com uma baixa intensidade. Mais tarde, provavelmente no final do ano, avançarão para produzir diminutas colisões capazes de recriar o calor e a energia do universo pouco após o Big Bang, uma teoria sobre a origem do universo aceita pelos cientistas. O que ocorrer depois desses eventos -- que, em seu ápice, poderiam acontecer cerca de 600 milhões de vezes por segundo -- será registrado por detetores ultra-sofisticados colocados no LHC em quatro pontos de colisão.

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