PUBLICIDADE

Fábrica de biscoitos funciona em plena floresta

Castanheiros fabricam biscoitos, de forma cooperada, em reserva extrativista no Amapá

Por Agencia Estado
Atualização:

Uma fábrica de biscoitos de castanha-do-Brasil (ou castanha-do-pará), com capacidade para produzir 24 toneladas por mês, está funcionando em plena floresta amazônica, no Amapá, sob a administração das próprias cooperativas de castanheiros da região. Construída na Reserva Extrativista do Rio Iratapuru, localizada no município de Laranjal do Jari, a fábrica contou com um financiamento de R$ 400 mil do governo do Estado e começou a operar em fevereiro. Segundo informações da Secretaria da Indústria, Comércio e Mineração do Amapá, o empreendimento já gerou 40 empregos diretos, além dos indiretos, relacionados à coleta, armazenamento e transporte da castanha. Está sendo construída ainda uma unidade de processamento do óleo da castanha, com vistas ao mercado nacional e internacional de produtos ecologicamente corretos. A fábrica faz parte do Programa de Desenvolvimento Sustentável do Amapá, que vem sendo desenvolvido no Estado desde 1995. A partir da identificação do potencial da castanha para a economia regional, o governo passou a investir no apoio às cooperativas, como a Cooperativa Mista dos Produtores e Extrativistas do Rio Iratapuru (Comaru), Cooperativa Mista dos Produtores Extrativistas de Laranjal do Jari (Comaja) e Cooperativa dos Produtores de Castanha do Alto Cajari (Cooperalca). O primeiro passo foi o Estado passar a comprar a castanha in natura, para ser utilizada na merenda escolar da rede pública. Processado nas cooperativas, o produto vira cremes, mingaus e biscoitos destinados à merenda. Até então, os castanheiros trabalhavam na base do escambo, trocando a coleta de castanha por produtos como sal, açúcar, café e óleo. Uma nova fase do projeto está sendo viabilizada com recursos do PPG7 (Programa Piloto para Florestas Tropicais dos países do G7), cujo objetive é facilitar a coleta, escoamento e armazenamento da castanha, através de recursos financeiros para a limpeza de igarapés, construção de dois barcos (batelões) e um galpão para armazenamento. Com isso, os castanheiros esperam elevar a produção de 2 mil para 4 mil hectolitros de castanha por ano.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.