As Indústrias Nucleares do Brasil (INB) levaram cinco dias para detectar um pequeno vazamento de material radioativo na fábrica de combustível nuclear de Resende. O incidente com óxido de urânio - pó que, depois de processado, transforma-se nas pastilhas de urânio - ocorreu no último dia 19. Além disso, o problema só foi informado à Comissão de Energia Nuclear (Cnen) dois dias após a constatação. O vazamento é o terceiro do gênero desde que a unidade foi inaugurada, há quatro anos, e é o primeiro revelado à imprensa. Quatro funcionários estavam na sala onde houve vazamento, mas não foram contaminados. Eles passaram por testes no Instituto de Radioproteção e Dosimetria da Cnen. ?O vazamento foi pequeno e a quantidade de radiação a que eles ficaram expostos é menor do que se tivessem tirado uma radiografia?, afirmou o presidente da comissão, Odair Dias Gonçalves. Ainda assim, Gonçalves entendeu que houve falhas da INB em detectar o problema. Ele informou que a Cnen vai estudar soluções para descobrir mais cedo os vazamentos. O diretor de Produção do Combustível Nuclear, Samuel Fayad, explicou que houve um microvazamento, insuficiente para ser percebido pelos sensores. ?Esse tipo de vazamento é captado pelo filtro, trocado diariamente, e as normas prevêem que esse filtro só seja analisado 48 horas depois. Nem que os funcionários ficassem um ano recebendo aquela radiação, ela chegaria ao nível crítico.?