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Fabricante diz ter cigarro 90% menos cancerígeno

Por Agencia Estado
Atualização:

Um cigarro que supostamente reduz em até 90% o risco de câncer e de problemas cardíacos, segundo seus fabricantes, será lançado pela British American Tobacco (BAT) em 2006, segundo o jornal The Sunday Times. Esses cigarros são fabricados com tabaco tratado de modo que a presença de substâncias químicas cancerígenas seja inferior à dos cigarros tradicionais, afirma o jornal. Além disso, possuem um novo tipo de filtro, que, segundo a BAT, reduz bastante as toxinas restantes, embora deixe passar aos pulmões a nicotina. A empresa assegura que também aperfeiçoou o método de secagem das folhas de tabaco, para que sejam reduzidas as toxinas cancerígenas na combustão. A BAT pretende lançar esses cigarros em 2006, mas manteve seus planos em segredo até agora por não querer enfurecer os setores que denunciam o consumo de tabaco por seus efeitos letais. Segundo o jornal, estes grupos verão no novo produto uma cilada para recrutar mais fumantes em uma época em que o governo britânico e os de outros países tentam restringir o consumo do tabaco nos lugares públicos. The Sunday Times lembra que as companhias produtoras de cigarro já recorreram algumas vezes a estratégias semelhantes, como o lançamento na década de 70 de cigarros com menor conteúdo de alcatrão. "Tudo que significa inalar tabaco representa um risco para a saúde. Fumar esses novos cigarros seria como saltar do 15.º andar, em vez do 20.º: em teoria, o risco é menor, mas na prática, a pessoa morre da mesma forma", afirma John Britton, professor de Epidemiologia da Universidade de Nottingham. Deborah Arnott, diretora do grupo contra o tabaco Action on Smoking and Health", afirmou que "a fumaça dos cigarros contém cerca de 4 mil substâncias químicas diferentes, muitas das quais são tóxicas", por isso o efeito dos filtros será mínimo. A companhia, no entanto, defenderá seus cigarros como "potencialmente mais seguros" que os tradicionais e fará publicidade da nova tecnologia.

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