FAO pede uso de agricultura e florestas contra a aquecimento

Emissões de gases estufa da silvicultura e a agricultura contribuem em cerca de 30% do total anual

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Por Redação
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A Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) insistiu nesta quinta-feira, 4, na necessidade de que os países desenvolvidos invistam em melhor uso da agricultura e das florestas para frear a mudança climática.   Veja também:   Estudo diz que mercado de gases estufa cresceu 41% em 2008 Mudança climática pode elevar número de refugiados, diz ONU Acordo para vítimas do clima pode ser necessário, diz WWF Plano federal prevê queda de 70% no desmatamento até 2018 Entenda a reunião sobre clima da ONU na Polônia Quiz: você tem uma vida sustentável?  Evolução das emissões de carbono    Página oficial da conferência    "A agricultura e o desmatamento contribuem de forma importante à mudança climática, mas ao mesmo tempo os camponeses e os usuários das florestas podem se transformar em figuras-chave na hora de reduzir as emissões de gases que provocam o efeito estufa", assinalou em uma nota Alexander Müller, diretor-geral adjunto da FAO.   Por isso, pediu a criação de mecanismos de financiamento para que se possa "liberar o potencial da agricultura e a silvicultura para diminuir a mudança climática".   "Estes mecanismos deveriam dar prioridade a medidas para reduzir as emissões que beneficiem também a segurança alimentar e energética, a redução da pobreza e o uso sustentável dos recursos naturais", apontou Müller.   Segundo a FAO, as emissões de gases do efeito estufa da silvicultura e a agricultura contribuem atualmente em cerca de 30% do total anual de emissões (desmatamento e degradação das florestas com 17,4% e agricultura com 13,5%).   Por sua parte, a agricultura é responsável por 50% das emissões de metano (pecuária e cultivo do arroz) e mais de 75% do óxido nitroso (em sua maior parte por causa da aplicação de adubos) emitidos anualmente pela atividade humana.   O diretor-geral adjunto da FAO acrescentou que a mudança climática afetará as vidas e os meios de subsistência dos camponeses, pescadores e usuários da floresta nos países em desenvolvimento, "muitos dos quais já enfrentam a dificuldades para obter renda suficiente para alimentar suas famílias".   Müller lembrou que 40% da biomassa terrestre está administrada direta ou indiretamente por camponeses, criadores de gado ou silvicultores.   "A comunidade internacional só poderá vencer a batalha global contra a mudança climática se conseguir mobilizar o potencial destes usuários da terra para reduzir as emissões de gases do efeito estufa e para reter carbono no solo e nas plantas", acrescentou.   O analista da FAO propôs, entre outras coisas, que se utilizem variedades agrícolas mais eficazes, melhor controle dos incêndios florestais e melhor gestão dos recursos naturais.

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