Fapesp quer apoiar empresas

Fundação conversa com BNDES parar criar formas de apoio para lançamento de pequenas e micro empresas inovadoras no mercado

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Por Agencia Estado
Atualização:

A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) se reuniu ontem com integrantes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para discutir uma forma de apoiar as pequenas e micro empresas participantes de um de seus programas de incentivo à pesquisa, desenvolvimento e inovação (P&D&I) a partir para a produção e disputa de mercado. A informação é de José Fernando Perez, diretor científico da Fapesp. Perez apresentou ontem o programa Inovação Tecnológica em Pequenas Empresas (Pipe), voltado para empresas com até 100 empregados. O programa é dividido em três fases, sendo a última a mais complicada para as empresas. Quando elas saem para a fase 3, em que parte para a produção para o mercado, têm dificuldades de conseguir, por exemplo, investimentos vindos de fundos de capital de risco. Nessa fase, a Fapesp não financia a empresa, porque a missão da entidade é fomentar pesquisa e não atuar como um banco de investimento. "A Fapesp tenta ajudar, viabilizar acordos, indicá-las para o programa Inovar, mas não coloca mais recurso na empresa", explicou Perez. O Inovar é uma iniciativa da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), agência de fomento à inovação do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), que coloca a empresa em contato com investidores de fundos de capital de risco, entre outras ações. O Pipe tem atualmente pouco mais de 90 empresas que estão na fase 2 de seus projetos, muitas com potencial para chegar à fase 3. A primeira fase dura até seis meses, quando é feito um estudo da viabilidade dos projetos propostos. Nessa etapa, a Fapesp pode liberar até R$ 75 mil. A segunda fase é a da realização do projeto, período que pode chegar até a dois anos, e no qual a Fapesp pode investir até R$ 300 mil. Nessa etapa, a empresa deve elaborar um plano de negócio. "Exigimos isso para que o empreendedor saiba dizer a maneira como pretende obter retorno comercial com aquilo que está desenvolvendo", afirmou Perez. A última fase é quando a empresa está pronta para produzir. "É importante destacar que a Fapesp só financia projetos do Pipe que prevejam que a empresa vá inovar por meio de conhecimento novo incorporado", disse. Isso se explica pelo fato de que a Fapesp é agência de fomento para ciência e muitas vezes a inovação se dá por mudanças de processos gerenciais ou de produção, que não necessariamente vêm do chamado novo conhecimento, da pesquisa desenvolvida em um instituto ou universidade. Para apresentar uma proposta para o Pipe, a empresa deve ter um pesquisador que trabalhe para ela. Ele receberá os recursos da Fapesp, mas o projeto tem de ser demanda da empresa. Esse pesquisador deve trabalhar, no mínimo, por 20 horas semanais dentro da empresa. Pode ocorrer também que um pesquisador tenha uma idéia inovadora, mas que não tenha uma empresa constituída. "Nesse caso, ele pode apresentar seu projeto, mas se for aprovado pela Fapesp, só receberá o dinheiro se abrir uma empresa", explicou. Não é exigido título de mestre ou doutor desse pesquisador, mas que tenha competência para fazer o estudo. A Fapesp também não pede contrapartida da empresa que participa do Pipe. Mais informações sobre o Pipe podem ser obtidas no site http://www.fapesp.br/, no canal Inovação Tecnológica.

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