Fibra de bromélia já é alternativa à fibra de vidro

Método desenvolvido na Unicamp permite acabamento mais refinado. Material, mais leve, pode ser usado em carros

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Por Agencia Estado
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Uma bromélia, parente do abacaxi, pode substituir com vantagens a fibra de vidro na fabricação de plásticos reforçados, empregados em automóveis ou equipamentos eletroeletrônicos. O novo produto, desenvolvido na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) a partir das fibras do curauá (Ananas erectifolius), já foi patenteado. Segundo o químico Marco Aurélio De Paoli, coordenador da equipe que desenvolveu a tecnologia, a fibra de curauá, planta cultivada na Amazônia, tem uma série de vantagens em relação à fibra de vidro. "A começar por ser renovável e biodegradável", diz. Mais barata e mais leve "Além disso, é dez vezes mais barata do que a fibra de vidro e exige menor quantidade de energia para ser processada. É também mais leve, o que torna o carro que contém peças feitas com ela igualmente mais leve, reduzindo seu consumo de combustível." Na verdade, a fibra de curauá já é usada na produção de plásticos reforçados. Mas até agora só era empregado o método chamado de termoformagem, que não permite a fabricação de peças sofisticadas. Novo método "Nós desenvolvemos um novo método, o de injeção, que permite a produção de plásticos que podem ser usados em peças e equipamentos com acabamento mais refinado, como botões de painéis, por exemplo." Há ainda os aspectos econômico e social. "Essa tecnologia, se empregada em larga escala, agregará valor a um produto agrícola que está se tornando importante para a economia de algumas comunidades da Amazônia."

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