O mais detalhado mapa das galáxias existentes no Universo próximo à Via-Láctea permitirá determinar não só onde elas estão, mas também para onde se dirigem, a qual velocidade e por quê, dizem cientistas da Austrália, Reino Unido e EUA.
A atração gravitacional mútua põe as galáxias em movimento. Ao medir esses movimentos, os pesquisadores são capazes de determinar a posição das fontes de força gravitacional no Universo local, tanto as visíveis quanto as invisíveis, e mostrar como a matéria, luminosa ou escura, distribui-se.
"A luz pode ser obscurecida, mas não há como ocultar a gravidade", disse o principal cientista do projeto, o Levantamento de Seis Graus de Galáxias, ou 6dFGS, na sigla em inglês. Levado a cabo na Austrália, o levantamento foi mais amplo e menos profundo que iniciativas similares, cobrindo o dobro da de extensão no céu que o Sloan Digital Sky Survey.
O 6dFGS registrou a posição de mais de 110 mil galáxias em mais de 80% do céu meridional, a uma distância de até dois bilhões de anos-luz da Terra.
A pesquisa mostra cordões e aglomerados de galáxias próximas, e revela mãos de 500 zonas aparentemente vazias de vácuo entre galáxias.
Além de serem atraídas pela gravidade, as galáxias são empurradas pela expansão do Universo. Para cerca de 10% das galáxias mapeadas, os pesquisadores do 6dFGS esperam conseguir separar esses dois componentes de velocidade - o gravitacional e o causado pela expansão.
O projeto de mapeamento concluído agora durou dez anos.