Fim de terríveis invernos para Wanda e Winky, as elefantas

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Por Agencia Estado
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Wanda tem artrite e Winky, problemas nos pés, depois de anos de terríveis invernos e duras condições de vida em Detroit, ou melhor, no Zôo de Detroit. Mas o zoológico resolveu dar-lhes anistia, numa tentativa de minorar seu sofrimento. As fêmeas asiáticas serão enviadas a refúgios naturais neste verão, ou no início do outono, no Hemisfério Norte, tornando Detroit o primeiro zôo importante a doar seus elefantes unicamente por motivos éticos, de acordo com Humane Society of the United States.. ?A expectativa tradicional de quem vai ao zoológico é ver leões, tigres e elefantes?, diz o diretor, Ron Kagan. ?Mas também espera-se que os animais tenham uma vida digna.? O Zôo de Detroit é largamente reconhecido pelo excelente tratamento dedicado aos animais. Mas Kagan admite que o cativeiro tem sido duro para as duas elefantas. Na natureza, as fêmeas de elefantes asiáticos normalmente andam 50 quilômetros por dia. Elas formam sólidos vínculos sociais com os membros de suas manadas, onde têm estimulação sexual e intelectual. Mas Winky, de 51 anos, e Wanda, com seus mais de 40, têm vivido os invernos de Michigan por 14 e 8 anos, respectivamente. Elas sentem o tédio e o stress de viver em seu meio hectare de cercado ? 16 vezes o que a American Zoo and Aquarium Association exige de seus membros. Wanda toma anti-inflamatórios para a artrite crônica nas patas dianteiras. Winky tem problemas nos pés, que devem estar relacionados com o fato anti-natural de dormir em pé; os elefantes deitam-se em superfícies macias na selva. ?Agora nós entendemos o quanto mais é necessário para poder-se atender todas as necessidades físicas e psicológicas dos elefantes em cativeiro, especialmente num clima frio?, Kagan escreveu numa nota explicando a decisão. Ele diz que custaria de US$ 30 milhões a US$ 50 milhões e requereria mais de oito hectares de terra providenciar ambiente adequado para as elefantas. O preço é tão alto que nunca foi considerado. Cinco zoológicos americanos fecharam suas exposições de elefantes nos últimos anos, em meio à pressão pública seguida da morte de animais ou maus tratos. Um pequeno refúgio na Geórgia renunciou a seus elefantes, no início deste ano, principalmente por causa de preocupações com espaço e custos. Mas o Zôo de Detroit ?é o primeiro a tomar voluntariamente uma decisão dessa natureza?, diz Wayne Pacelle, chefe executivo da Humane Society of the United States. ?Isto estabelece um precedente?, ele afirma. ?Ecoará através da comunidade de zôos e, por extensão, será uma acusação contra o que acontece em circos, onde os elefantes permanecem encarcerados 22 horas por dia.?

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