PUBLICIDADE

Fiocruz cria diagnóstico mais rápido para leptospirose

Técnica permite identificar no sangue do paciente o DNA da bactéria causadora da doença

Por Agencia Estado
Atualização:

Um método rápido e de alta sensibilidade para diagnóstico de leptospirose acaba de ser desenvolvido no Instituto Oswaldo Cruz (IOC), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro. A técnica consiste em identificar, na corrente circulatória do paciente, o DNA da bactéria causadora da doença. O sangue é coletado no início dos sintomas da doença. O material é submetido a técnicas de amplificação in vitro capazes de separar o DNA das bactérias do gênero Leptospira dos demais componentes celulares. O método, intitulado PCR - sigla em inglês para reação em cadeia da polimerase -, já foi testado em alguns países para o diagnóstico de outras doenças, como HIV e tuberculose. ?O sangue sofre um tratamento químico específico para extrair o potencial DNA da bactéria. O diagnóstico pode ser disponibilizado em menos de oito horas?, disse Geraldo Renato de Paula, coordenador dos estudos desenvolvidos no Centro Nacional de Referência para Leptospirose do IOC. Semanas Uma das principais formas de identificar a doença atualmente consiste em exames sorológicos, que detectam no sangue do paciente a presença de anticorpos contra a Leptospira. O problema, segundo explica o pesquisador do IOC, é que esse teste chega a demorar semanas para oferecer resultados. A falta do diagnóstico precoce pode até levar o paciente ao óbito. ?A resposta imunológica do paciente para a produção de anticorpos pode demorar até dez dias. E o grande problema é que, em alguns casos mais graves, a evolução da leptospirose ocorre muito rapidamente e pode levar o paciente à morte?, disse de Paula. Com base nessas informações, o pesquisador propõe a utilização dos exames sorológicos como método complementar ao PCR. ?O ideal é primeiramente detectar o DNA da bactéria, para confirmar o diagnóstico o quanto antes. A partir daí, o controle da infecção, por meio de terapias e tratamentos específicos, pode ser realizado de forma muito mais rápida e eficaz?, afirma. De Paula calcula que cerca de 3 mil pessoas são infectadas pela leptospirose todos os anos no Brasil.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.