Fiscais apreendem carga de mogno em Belém

Para Ibama, aprenensão mostra que "máfia do mogno" está criando rotas alternativas para o contrabando

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Por Agencia Estado
Atualização:

Fiscais do Ibama e Receita Federal, com o apoio de agentes da Polícia Federal, apreenderam no porto de Belém 170 metros cúbicos de mogno avaliados em R$ 1 milhão. A madeira iria embarcar como se fosse da espécie jatobá. O despachante da carga fugiu, mas a PF já rastreou a origem da madeira, que iria para as Ilhas Virgens Britânicas, no Caribe, uma nova rota de contrabando. A nota de embarque estava em nome da Exportadora Indústria Comércio de Madeiras Nossa Senhora de Fátima Ltda, com sede em Redenção, no sul do Pará. O mogno iria ser transportado no navio Mol Brasília e seu destino seria uma empresa de fachada de nome Maderas Nacionales. A empresa foi multada em R$ 41 mil. Máfia continua Para o gerente executivo do Ibama no Pará, Marcílio Monteiro, a apreensão é o indício de que a "máfia do mogno" continua agindo no Estado através de novas empresas e novos personagens como "laranjas". "Existem novas rotas para o contrabando da espécie partindo da Amazônia para o Caribe. Vamos investigar tudo isso e chegar aos culpados". A extração, beneficiamento, transporte, comercialização e exportação do mogno estão proibidas pelo governo brasileiro desde 2001. Em 30 anos de exploração, segundo o Instituto do Meio Ambiente e do Homem da Amazônia (Imazon), foram extraidos 12,6 milhões de metros cúbicos de mogno em tora, resultando em 5,7 milhões de metros cúbicos de madeira serrada exportados, principalmente para os Estados Unidos e a Inglaterra. O valor bruto dessa exploração foi estimado em U$$ 3,9 bilhões. As maiores reservas de mogno do planeta estão hoje concentrados na Terra do Meio, entre os rios Xingu e Tapajós e, em áreas indígenas, no sul do Pará. O Ibama, nos últimos três anos, apreendeu 80 mil metros cúbicos, sendo 50 mil no Pará e 30 mil no Mato Grosso.

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