Físicos fazem colisões inéditas na 'máquina do big-bang'

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Por ROBERT EVANS
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Físicos do Centro Europeu de Pesquisas Nucleares (Cern) obtiveram na terça-feira colisões de alta energia com partículas subatômicas, como parte de seus experimentos para recriar em menor escala o big-bang, grande explosão fundamental que deu origem ao Universo, 13,7 bilhões de anos atrás. A experiência, que bate um recorde em termos de energia relacionada às partículas subatômicas, permitirá que os cientistas examinem a natureza da matéria e a origem de estrelas e planetas. "Este é um grande feito. Estamos indo aonde ninguém jamais esteve antes. Abrimos um novo território para a física", disse à Reuters Oliver Buchmueller, um dos principais nomes desse projeto de 9,4 bilhões de dólares. As colisões ocorreram com uma energia total de 7 bilhões de bilhões de elétron-volts (eV), a uma nanofração de segundo mais lenta que a velocidade da luz, dentro do Grande Colisor de Hádrons (LHC, em inglês), túnel circular de 27 quilômetros sob a fronteira franco-suíça, a cerca de 100 metros de profundidade. Após um funcionamento-teste sem problemas durante a noite, os físicos notaram um pequeno defeito. Por isso, suspenderam por algumas horas as colisões de partículas com menor energia, que é o foco desta que é a maior experiência científica da história. Os problemas surgiram ao amanhecer, na hora em que feixes de partículas eram injetados na máquina, mas funcionários do Cern rapidamente negaram que o defeito fosse uma repetição do grave incidente de setembro de 2008, que destruiu parte da máquina e adiou para agora o lançamento completo do projeto. Nos próximos meses e anos, cientistas do Cern esperam descobrir no LHC alguns dos maiores mistérios do cosmos - como a matéria se transformou em massa depois do big-bang, e o que é a matéria escura, invisível, que compõem talvez um quarto do universo.

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