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Fórum abre discussão sobre água em Kyoto

Em seu discurso, ex-ministro japonês diz que é hora de pôr planos em funcionamento

Por Agencia Estado
Atualização:

O 3.ª Fórum Mundial da Água começou ontem, em Kyoto, no oeste do Japão, com discussões sobre o que cada país pode fazer para alcançar o objetivo das Nações Unidas de reduzir à metade o número de pessoas sem acesso à água potável até 2015. Hoje, cerca de 1,4 bilhão de pessoas em todo o mundo sofrem pela falta de água. No fórum, que vai até o domingo, participam cerca de 10 mil delegados de mais de 160 países, entre funcionários de governos, especialistas, representantes de ONGs e cientistas. O lançamento da maior conferência sobre a água foi feita pelo ex-primeiro-ministro japonês, Ryutaro Hashimoto, chefe do comitê organizador, e do presidente do Conselho Mundial da Água, Muhmud Abu-Zeid. A concorrida cerimônia teve ainda as presenças do príncipe herdeiro do Japão, Naruhito, e de sua esposa Masako, além do príncipe Moulay Rachid, de Marrocos e do príncipe herdeiro da Holanda, Willem Alexander, em referência as conferências anteriores - Haia (Holanda), em 2000, e Marrakesh (Marrocos), em 1997. "Isto não deve ser um mero fórum de discussão. Chegou a hora de pôr em funcionamento o que já se discutiu", declarou o ex-primeiro-ministro Hashimoto. A crise mundial da água é "um dos grandes desafios do século 21", enfatizou Abu-Zeid, ao pedir o estabelecimento de um novo sistema de financiamento "para os países mais pobres e mais sedentos". Durante toda a semana, 350 sessões organizadas em Kyoto, Osaka e Shiga discutirão 40 temas ligados à água, entre eles a água e a pobreza, as mudanças climáticas, a água como fator de conflitos, as novas tecnologias e o financiamento de infra-estrutura básica. "De 8 bilhões de habitantes que viverão no planeta em 20 anos, dois terços poderão sofrer a penúria", afirmou o presidente francês, Jacques Chirac, em uma mensagem de vídeo gravada para a abertura a cúpula. Ele disse que levará a discussão sobre a água para a próxima reunião do G-8 (os 8 países mais ricos do mundo) que vai ocorrer na França. De hoje até o fim de semana serão escritas as conclusões sobre os 40 temas do fórum, que logo vão ser submetidas a 150 ministros. Eles se reunirão no sábado e domingo em Kyoto para adotar uma declaração onde expressam sua determinação de enfrentar a crise mundial da água. Além da Declaração de Kyoto, uma carta de intenções será elaborada com a lista de mais de 300 projetos prioritários propostos por mais de 30 países e uma dezena de organizações internacionais. O ministro das Relações Exteriores japonês, Yoriko Kawaguchi, encerrará o fórum com uma declaração em que pedirá à comunidade internacional a aprovação e o desenvolvimento de recursos humanos, para que, em 2015, a maior quantidade de seres humanos possam ter acesso a água potável e ao uso de sanitários. O ministro disse que vai propor a diminuição ainda mais das emissões de gás na atmosfera para diminuir a poluição das águas no planeta.

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