Fóssil revela por que protossauros tinham pescoço longo

Mais compridos do que o próprio corpo destes dinossauros, o pescoço era fator determinante na captura de presas no mar

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Por Agencia Estado
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O longo pescoço dos protossauros servia provavelmente para garantir uma aproximação máxima de suas presas, lulas e peixes, e para gerar uma enorme força de sucção capaz de tragá-las. A afirmação acima se tornou possível depois de estudos feitos sobre fósseis de uma nova espécie de réptil marinho descoberta no sul da China, onde ela existiu há 280 milhões de anos. O Dinocephalosaurus orientalis é o primeiro protossauro totalmente aquático descoberto até hoje, e ajudou a solucionar um dos grandes mistérios da zoologia: por que razão funcional estes animais teriam o pescoço tão mais longo do que o tronco? O fóssil da China é de um indivíduo com 1,7 metro de pescoço (25 vértebras) e menos de um metro de tronco. Segundo o estudo que a revista Science publicou nesta quinta-feira, em águas mais turvas o réptil era visto pelas presas apenas como um outro animal pequeno (a cabeça) se aproximando vagarosamente. Quando percebiam que se tratava de um predador de maior porte, já era tarde. Pressão menor Além da menor visibilidade diante das presas, o pescoço do Dinocephalosaurus garantia uma aproximação com menores ondas. Movimentos mínimos da água são percebidos pelos sensores dos peixes - o que levou os crocodilos, por exemplo, a desenvolver a aproximação lateral, que minimiza a percepção pelas presas. O mais engenhoso, porém, era o golpe final deste réptil: expandindo as paredes do pescoço e dilatando todo o seu longo esôfago, ele produzia um fluxo de água garganta adentro, gerando uma força de atração muito superior à capacidade de suas presas, que eram sugadas e devoradas. "Finalmente, explicamos o objetivo funcional desse longo e estranho pescoço. Ele lhe permitia um ataque perfeito sobre sua presa", afirmou Olivier Rieppel, um dos autores do estudo e presidente do Departamento de Geologia, Anfíbios e Répteis Fósseis do Museu Field em Chicago. O fóssil foi descoberto pela equipe chefiada por Chun Li, da Academia Chinesa de Ciências, em etapas diferentes. Primeiro, em 2002, foi descoberta a cabeça do Dinocephalosaurus. As escavações posteriores revelaram o restante dos ossos fossilizados.

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