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Funcionário do Ibama acusado de desviar caminhão-pipa

De acordo com denúncia registrada na Cedae, o geógrafo e analista do Ibama Jefferson Figueira de Mello obrigou um funcionário da Cedae a liberar um caminhão-pipa para abastecer exclusivamente um restaurante

Por Agencia Estado
Atualização:

Enquanto mais de 15 mil pessoas sofrem no município de São João da Barra, no Estado do Rio de Janeiro, com o corte de abastecimento provocado pelo acidente ambiental em Cataguases (MG), um funcionário do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) é acusada de desviar um caminhão-pipa com capacidade de 10 mil litros para fornecer água a um restaurante onde jantava, no centro da cidade. De acordo com denúncia registrada em ata oficial da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae), o geógrafo e analista do Ibama Jefferson Figueira de Mello obrigou um funcionário da Cedae a liberar um caminhão-pipa para abastecer exclusivamente o restaurante Boller, na Rua Joaquim Thomaz de Aquino Filho, no centro de São João da Barra, por volta das 23 horas da última sexta-feira. "O analista do Ibama ameaçou o funcionário, dizendo que usaria força policial se ele não liberasse a saída do caminhão. Isso põe em risco a ordem pública", afirmou o superintendente da Cedae na região, Luiz Augusto Ururahy Póvoa. "É abuso de autoridade. Foi um ato irresponsável porque ele se intrometeu e privilegiou um estabelecimento comercial. A distribuição de água deve ocorrer de forma imparcial e democrática, e o que ele fez foi direcionado. Vou encaminhar a denúncia à minha diretoria", acusou Póvoa. Procurado pelo Estado, o analista ambiental disse que vai aguardar uma representação formal para se pronunciar oficialmente sobre a acusação. "Você já ouviu falar em feitiço que vira contra o feiticeiro?", indagou Mello. "Estamos absolutamente preocupados com o abastecimento das pessoas e trabalho 16 horas por dia desde a semana passada para atender todo mundo. Não confirmo nem desminto nada. Se isso ocorreu, que ele (Póvoa) faça um registro de ocorrência e os fatos sejam apurados a nível administrativo. Imprensa não é foro para acusação." Funcionários do restaurante confirmaram que um caminhão-pipa esteve no restaurante às 23 horas de sexta-feira.

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