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Geleiras aumentam sua velocidade bruscamente após um terremoto glacial

Cientistas instalaram equipamentos GPS em geleiras continentais e relacionaram seu movimento com marés

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Por Redação
Atualização:

MADRID - Uma equipe internacional liderada por pesquisadores do National Research Council Espanha (CSIC) descobriu que as geleiras aumentaram sua velocidade abruptamente depois de um terremoto glacial, informa nesta terça-feira o organismo que realizou a pesquisa.

 

A descoberta foi possível através da utilização de um preciso sistema de GPS polar e foi realizado na geleira continental Helheim, localizada na Groenlândia.

 

Algumas das geleiras que drenam a grande placa de gelo que cobre a Groenlândia são as mais rápidos do mundo.

 

Se trata de geleiras continentais, caracterizados por possuírem uma forma de vale e e ligarem a zona de acumulação de gelo diretamente com o mar, uma circunstância que os faz serem afetados por forças da maré.

 

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A equipe internacional descobriu que o fluxo de gelo um destes glaciares responde bruscamente à maré do oceano após a ocorrência de terremotos glaciais.

 

Com os dados obtidos pelo novo sistema GPS, os cientistas encontraram evidências de que a velocidade de deslizamento de Helheim é alterada drasticamente depois de um terremoto, o que significa menor resistência à força que imprimem as marés.

 

Como a água de um rio que flui, os glaciares de gelo deformam e deslizam sobre a base a uma determinada velocidade.

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No caso de Helheim, um dos mais rápidos do planeta, é a maré a responsável por modular essa dinâmica: em baixa, a geleira está se acelerando e quando sobe, ela fica mais lento

 

"A velocidade aumenta ou diminui segundo a pressão hidráulica que exerça a força da maré na frente da geleira", diz o pesquisador Peter Elosegui CSIC, um dos autores da pesquisa publicada na Geophysical Research Letters.

 

Os cientistas observaram que a resposta da geleira aumenta em mais de cem por cento depois de um terremoto.

 

Para os pesquisadores, existe uma relação entre terremotos e deslizamentos de gelo glacial na parte da frente do glaciar.

 

Segundo sua teoria, o terremoto ocorre após desprender-se do glacial um bloco de gelo glaciar instável, superior a largura.

 

"Ao desprender-se, gira e colide com a frente exercendo uma força de empuxo sobre a geleira inteira, o que geraria as ondas sísmicas que detectamos", diz ele.

 

Os pesquisadores espanhóis, colaborando com uma equipe norte-americana e uma dinamarquesa, têm instalado desde 2006 uma ampla rede de receptores GPS nas geleiras Kangerdlugssuaqd e Helheim.

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Esta tecnologia, desenvolvida no CSIC, é alimentado por energia solar e tem um sistema de telecomunicações para transmitir os dados via satélite em tempo real.

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