Governo anuncia reservas de araucárias no Sul

Cinco são no Paraná e três em Santa Catarina. Projetos vão à Casa Civil

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Por Agencia Estado
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Os projetos para criação de cinco unidades de conservação sobre áreas remanescentes de floresta de araucária no Paraná estão a caminho da Casa Civil para serem transformados em lei. A idéia é proteger o pouco que resta do bioma no Estado, que tem a árvore como símbolo, e no Brasil. Calcula-se que ele esteja reduzido a menos de 1% da cobertura original em sua forma primitiva, não descaracterizada pelo homem. Outras três unidades de conservação (UCs) foram propostas para Santa Catarina, mas terão de passar por novas consultas públicas, dada a resistência de alguns setores a sua criação. "Pretendemos criá-las ainda este ano", disse a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que participou nesta quinta-feira dos eventos da Semana da Mata Atlântica, em Campos do Jordão. "Infelizmente, ainda há mentalidades e autoridades que acham que o pouco que resta é muito a ser preservado", criticou. As cinco UCs paranaenses somam quase 97 mil hectares e as de Santa Catarina, 445 mil hectares. Elas incluem dois parques nacionais, duas reservas biológicas, dois refúgios de vida silvestre, uma estação ecológica e uma área de proteção ambiental (APA). Esta última, catarinense, com 420 mil hectares, é de longe a maior e mais problemática de todas - apesar de ser a categoria mais flexível quanto à prática de atividades econômicas de forma sustentável. O que está ameaçado de extinção não é a espécie araucária em si (a própria cidade de Campos do Jordão está repleta delas), mas o bioma original da mata atlântica que ocorre em torno dela e que abriga uma série de outras espécies. Dos cerca de 200 mil quilômetros quadrados antes ocupados nos Estados do Sul e do Sudeste, as florestas de araucária hoje estão reduzidas a menos de 3% da sua cobertura original, incluindo florestas exploradas e em processo de regeneração. A maior parte do que se perdeu foi convertido para a agricultura e o cultivo de espécies exóticas do setor de papel e celulose, como eucalipto e pinus. Representantes da Rede de ONGs da Mata Atlântica comemoraram o anúncio da aprovação das reservas. "Esperamos muito tempo e trabalhamos muito para que isso fosse realizado", disse a coordenadora geral da entidade, Miriam Prochnow. Ao mesmo tempo, ela fez um apelo para que novas áreas remanescentes de araucárias sejam contempladas no futuro, principalmente no Rio Grande do Sul.      estatísticas sobre florestas

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