O primeiro-ministro do Japão, Yasuo Fukuda, assegurou nesta segunda-feira que o Estado tem certa responsabilidade nos casos de hepatite C derivados de um tratamento médico inadequado, informou a agência local "Kyodo". Cerca de 200 pessoas contraíram a doença entre 1970 e o início da década de 90 após terem utilizado um medicamento para conter as perdas de sangue em partos e operações cirúrgicas. O chefe do gabinete acrescentou que, em conseqüência, quer se reunir com os afetados, que pedem compensações por parte do Executivo japonês e da indústria farmacêutica. "O Governo é que regula os assuntos farmacêuticos. Portanto, tem certas responsabilidades no caso", afirmou o premiê do Japão, completando que a coalizão governante, composta por sua legenda, o Partido Liberal-Democrata (PLD) e o Novo Komeito, fará novas discussões sobre o assunto. A coalizão governante levará o problema ao Legislativo para poder compensar todos os afetados. Estes são alguns dos primeiros frutos das negociações extrajudiciárias entre o gabinete e as 200 pessoas que entraram com processos contra o Executivo e as farmacêuticas Mitsubishi Tanabe Pharma, sua subsidiária Benesis, e a Nihon Pharmaceutical. A Mitsubishi Tanabe é a sucessora da Green Cross, empresa que fabricou o produto que causou a maioria dos casos de hepatite C. As conversas entre o grupo e o Executivo, iniciadas em novembro, estavam paradas nas últimas semanas. O Governo recebeu pressões internas para resolver o assunto. A hepatite C é uma doença que afeta o fígado e é transmitida por via sanguínea. Embora seus efeitos não sejam tão severos como os de outros tipos de hepatite, a doença pode atingir um estágio crônico e derivar numa cirrose ou câncer hepático.