Ativistas do Greenpeace, junto com representantes da Associação de Combate aos POPs (ACPO) e da União dos Pescadores de Conceiçãozinha, no Guarujá, realizaram hoje, em frente à sede brasileira da Dow Química, em São Paulo, uma manifestação em homenagem às mais de 100 mil vítimas do desastre ambiental de Bhopal, na Índia. O acidente químico foi provocado, em 1984, por um vazamento da fábrica de agrotóxicos da Union Carbide (hoje pertencente à Dow Química). Os 25 manifestantes cobriram a entrada principal da empresa com flores e, ao som de cítara (instrumento musical tradicional indiano), fixaram uma placa de metal lembrando o número de pessoas afetadas pelos gases. O motivo do protesto, que está sendo realizado também na sede da empresa na Suíça e em Hong Kong, é a reunião geral de acionistas da Dow Química, que estará acontecendo amanhã na cidade de Midland, no Michigan (Estados Unidos), sede mundial da empresa. O Greenpeace enviou ontem cartas aos principais executivos da Dow Química no mundo, para que ?se pronunciassem favoravelmente ao processo de descontaminação e promovessem a justiça para as vítimas de Bhopal?. A população que sofreu os efeitos da exposição crônica aos gases tóxicos adquiriram doenças pulmonares, coronárias, neurológicas e nos olhos, além de apresentarem sérios distúrbios nos sistemas imunológico, hormonal e reprodutivo. A Dow Química comprou a Union Carbide em 2000 e, com a empresa, vieram os passivos ambientais e de vítimas de Bohpal. Segundo Luiz Carlos Dutra, diretor de assuntos corporativos e comunicações da Dow no Brasil, ?a empresa respeita e dá importância ao assunto, mas ele vem sendo tratado em nível global. Se o tema for questionado amanhã, durante a reunião dos acionistas da companhia, a empresa se posicionará sobre isso. Sempre que o assunto veio à tona, a Dow o tratou com transparência e seriedade?.