Ativistas do Greenpeace realizaram, hoje, um protesto, em frente ao Consulado da Espanha em São Paulo, para que o governo espanhol libere o barco da entidade, Raibow Warrior, detido desde 13 de junho no porto de Valência. Durante a manifestação, o diretor executivo do Greenpeace no Brasil, Frank Guggenheim, entregou uma carta ao vice-cônsul Alfonso Izco Arana, que se comprometeu a enviá-la ao governo de seu país. O governo da Espanha reteve a embarcação depois de uma manifestação pacífica contra a importação de madeira ilegal e exige o pagamento de uma fiança de 300 mil euros para liberar o barco. Além disso, o capitão do Rainbow Warrior, Joel Stewart, e outros quatro integrantes da equipe foram condenados a pagar uma multa de 630 euros. O Ministério do Desenvolvimento espanhol também abriu processo administrativo contra a embarcação. Para o Greenpeace, a medida é ilegal, pois considera que a mesma acusação está sendo perpetrada por diversas vias. O protesto foi realizado por ativistas da organização em mais de 20 países. ?A legislação européia, que poderia evitar a entrada de madeira ilegal no continente, não funciona, o que tem causado grandes estragos nas florestas em todo o mundo. A madeira ilegal da Amazônia também chega ao continente por portos como o de Valência. Além de não evitar o contrabando, o governo espanhol está impedindo o Greenpeace de fazê-lo?, disse Gustavo Vieira, da Campanha de Florestas da entidade. A manifestação na Espanha era parte da campanha ?Chega de madeira ilegal?, cujo objetivo é denunciar a destruição das últimas florestas primárias, aquelas que ainda sofreram pouco o impacto de atividades humanas e são berço de dois terços das espécies de plantas e animais terrestres do planeta. Além da Amazônia, elas são encontradas no Congo, Sudeste Asiático, Sibéria, Estados Unidos, Canadá, Patagônia e algumas regiões da Europa e Rússia, e correspondem a apenas 20% da cobertura de florestas original.