PUBLICIDADE

Greenpeace faz relatório sobre contaminação no Brasil

Relatório lista 17 casos e complementa documento lançado em Bali, que já trazia seis casos brasileiros, entre os 37 internacionalmente mais significativos

Por Agencia Estado
Atualização:

O Greenpeace acaba de disponibilizar a versão brasileira do relatório Crimes Corporativos, lançado na semana passada, em Bali, Indonésia, durante a reunião preparatória da Cúpula para o Desenvolvimento Sustentável (Rio+10). Dos 37 casos apresentados no relatório internacional, seis são brasileiros. O novo documento traz 17 casos de contaminação industrial, ocorridos em cinco estados (São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Pernambuco). ?Os casos não têm a intenção de dissecar as ações da indústria ou apresentar apenas os casos mais importantes. São apenas um registro preliminar dos crimes corporativos com impactos grandes e de longo prazo na população e no meio ambiente. O objetivo é provar a necessidade de uma ação urgente sobre o assunto em nível regional e global?, diz Karen Suassuna, coordenadora de campanha do Greenpeace. O relatório, enviado aos ministros do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, da Saúde e do Meio Ambiente, e aos secretários estaduais de Meio Ambiente, está disponível no site da entidade (www.greenpeace.org.br) e inclui as empresas Acumuladores Ajax (Bauru, SP), Aterro Mantovani (Santo Antônio da Posse, SP) e Shell (Paulínia e Vila Carioca, SP). Fazem parte da relação, ainda, os casos Eternit/Brasilite (Osasco, SP), Solvay (Santo André, SP), Cofap (Mauá, SP), Carbocloro e Rhodia (Cubatão, SP), Dow Química (Guarujá, SP), Tonolli (Jacareí, SP), Riocell (Guaíba, RS), Gerdau Riograndense (Sapucaia do Sul, RS), Bayer (Belford Roxo, RJ), Cidade dos Meninos (Duque de Caxias, RJ), Fiat/Formiga (Formiga, MG) e Baterias Moura (Belo Jardim, PE). Princípios de Bhopal A principal meta do Greenpeace com esses relatórios é incentivar os governos representados na Rio+10, em agosto, em Joanesburgo, África do Sul, a endossar a adoção dos Princípios de Bhopal - uma referência ao maior caso de contaminação industrial já registrado, ocorrido na Índia, em 1984 -, sobre responsabilidade corporativa. Para o Greenpeace, a adoção destas medidas seriam uma forma de garantir a consolidação dos acordo da Rio 92 sobre Responsabilidade, Duplos Padrões, Precaução e Poluidor Pagador. Os dez Princípios de Bhopal são: Implementar o Princípio 13 da Declaração da Rio 92 (sobre Responsabilidade); ampliar a responsabilidade corporativa; assegurar responsabilização por danos causados fora da jurisdição nacional; proteger os direitos humanos; garantir a participação da população e o direito à informação; aderir aos mais altos padrões; evitar influência excessiva sobre o governo; proteger a soberania alimentar contra as corporações; implementar o princípio da precaução e exigir avaliação de impactos ambientais; e promover o desenvolvimento limpo e sustentável.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.