Grupos de defesa dos homossexuais vão protestar contra papa

Bento XVI disse que lei em discussão no Parlamento britânico que defende homossexuais contraria a lei natural

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Por ANSA
Atualização:

Grupos seculares e que defendem os direitos dos homossexuais condenaram as declarações do papa Bento XVI em relação às leis britânicas e anunciaram a realização de protestos durante a visita do Pontífice à Grã-Bretanha, que deverá ocorrer no segundo semestre do ano.

 

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Ao receber bispos católicos da Inglaterra e do País de Gales no Vaticano, o Pontífice afirmou nesta segunda-feira, 1, que regras a favor da igualdade contrariam a lei natural, em referência indireta à Equality Bill -- legislação que está atualmente em discussão no Parlamento britânico e que pretende introduzir juridicamente direitos de igualdade a gays e lésbicas e condenar a discriminação em questões trabalhistas.

 

De acordo com Bento XVI, as normas a favor da igualdade batem de frente com o catolicismo ao "impor injustas limitações à liberdade da comunidade religiosa de agir de acordo com sua fé".

 

Segundo a imprensa britânica, a Sociedade Secular Nacional (NSS, na sigla em inglês) informou que tentaria mobilizar manifestações que incluíssem secularistas, feministas, grupos gays, vítimas de abuso sexual de religiosos, organizações de planejamento familiar, entidades a favor do aborto e "qualquer um que sinta sob o certo da militância atual do Vaticano".

 

A NSS também criticou a estimativa de que a visita do Papa à Grã-Bretanha implicaria em custos na ordem de 20 milhões de libras esterlinas aos bolsos do contribuinte. "Uma visita na qual, ele já indicou, atacará os direitos de igualdade e promoverá a discriminação", argumentou Terry Sanderson, presidente da entidade.

 

O ativista pelos direitos dos homossexuais Peter Tatchell comunicou que seu grupo OutRage! também vai protestar quando Bento XVI estiver na ilha. "As críticas do Papa de que a legislação britânica de igualdade 'viola a lei natural' são um ataque codificado aos direitos legais garantidos a mulheres e a pessoas gays", afirmou.

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"Sua mal informada reivindicação de que nossas leis de igualdade minam a liberdade religiosa sugere que ele apoia o direito das igrejas de discriminar em concordância com seu ethos religioso", continuou Tatchell. "Ele parece estar defendendo a discriminação de instituições religiosas e solicitando que elas deveriam estar acima da lei", acrescentou o ativista.

 

O governo britânico, no entanto, considera que a lei fará do Reino Unido uma nação mais justa.

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