11 de setembro de 2008 | 09h12
Peter Higgs e Stephen Hawking, dois dos mais famosos cientistas do mundo, estão envolvidos em uma polêmica em torno dos grande acelerador de partículas (LHC, na sigla em inglês), que busca desvendar os últimos mistérios da origem do universo. Foto: Associated Press Cientistas observam dados coletados por computadores durante experimento do LHC Veja também: LHC começa a funcionar; colisões podem ocorrer em breve Choque de partículas no LHC deve acontecer em breve Brasileiro explica o experimento na Suíça Entenda o LHC Assista ao vivo o que acontece no laboratório Experiência do LHC depende de rede mundial de computadores Estudo reafirma que acelerador de partículas LHC é seguro Cientistas criam rap para explicar o Grande Colisor de Hádrons Terminam os últimos testes do Grande Colisor de Hádrons Acelerador de partículas será testado em setembro LHC não vai destruir a Terra, conclui relatório de segurança Cientistas querem proibir simulação do 'Big Bang' Site do Cern Site do LHC Grid Animação que explica como o LHC Grid funciona Vídeo do Cern explica o LHC em três minutos (em inglês) Galeria com imagens do LHC O LHC poderia tornar realidade o grande sonho de Higgs, de ver confirmada sua teoria sobre a partícula que leva seu nome, o chamado bóson de Higgs. A existência do bóson de Higgs faz parte das bases da física de partículas, mesmo que até agora não se tenha demonstrado experimentalmente sua existência. Caso a teoria de Higgs seja confirmada, o físico inglês de 79 anos deve ser premiado com o Prêmio Nobel; a ausência da partícula poderia reforçar a visão de Hawking sobre a interação entre teoria quântica e gravidade, e levar o prêmio para ele. Em certa ocasião, Hawking chegou a apostar 100 libras na previsão de que o bóson não será descoberto pelo LHC. Em declarações á imprensa em Edimburgo, na Escócia, Higgs disse que não leu um trabalho recente de Hawking, em que o físico tenta demonstrar que o bóson de Higgs não será descoberto, mas disse conhecer um artigo anterior que, acredita, serve de base para os cálculos mais recentes. Higgs disse que não acreditava que fosse um bom trabalho, e criticou o colega por juntar teorias sobre a gravidade e a física quântica de um modo que qualquer físico de partículas desaprovaria imediatamente. "Do ponto de vista da física de partículas, da perspectiva da física quântica, é preciso incluir algo além da gravidade na teoria, e não acho que Stephen tenha feito isso. Tenho grandes dúvidas quanto a seus cálculos", explicou. De acordo com a versão publicada no jornal britânico The Times, outros membros do painel, durante a entrevista coletiva concedida na Escócia, cortaram a discussão, dando a entender que Higgs havia tirado de contexto a fala de Hawking, para quem o LHC pode provar a existência de outras partículas hoje apenas teóricas, mas não do bóson de Higgs. Nesta semana, hawking deu uma entrevsita afirmando que seria "mais interessante" se o bóson de Higgs não fosse descoberto, porque isso levaria a uma revisão profunda da física. Durante uma coletiva de imprensa na quarta-feira, 10, quando começaram os trabalhos do LHC, Higgs fez pouco caso dos temores sobre a formação de um buraco negro durante os trabalhos do acelerador de partículas. Algumas pessoas chegaram a afirmar que o LHC poderia formar buracos negros e levar ao fim do mundo. "Isso tudo é besteira. Acredito que algumas dessas pessoas que tentaram impedir as experiências com mandados judiciais deveriam ser mais sensatas. Sabemos que os buracos negros são pontos colossais na galáxia, mas neste caso se trata de um buraco negro minúsculo, que pode sumir rapidamente", afirmou Higgs.
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