IAE testa um dos motores do Veiculo Lançador de Satélite

Esse foi o primeiro teste desde a tragédia que deixou 21 técnicos e engenheiros carbonizados

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Por Simone Menocchi
Atualização:

Muita fumaça e um barulho ensurdecedor por 62 segundos. Assim foi o primeiro teste de um dos quatro motores do Veiculo Lançador de Satélite (VLS 1) realizado na tarde de nesta segunda-feira, 20, nas dependências da Usina Coronel Abner, em São José dos Campos, no Vale do Paraíba. Veja também:Foguete brasileiro sobe, mas carga útil se perde no marFoguete brasileiro é lançado com sucesso no MAAgência Espacial Brasileira A temperatura no local do teste chegou a 2.800 graus provocada pelas chamas do foguete. Por este motivo, os a imprensa e os convidados, entre eles o ministro da Defesa, Nelson Jobim, tiveram que assistir a tudo a uma distância segura de um quilômetro. O novo VLS terá 19 metros de comprimento, pesará 50 toneladas e terá propulsores de 1 metro de diâmetro. O veiculo lançador de pequeno porte capaz de colocar em órbita satélites de até 350 quilos. Com sucesso, os técnicos puderam avaliar na tarde desta segunda-feira, 20, as alterações realizadas no propulsor S 43 e também a geometria da peça propelente na região próxima ao ignitor. Este foi o primeiro teste realizado depois da tragédia do incêndio do VLS, em 22 de agosto de 2003. Naquele dia, 21 técnicos e engenheiros, que atuavam no programa VLS, no CTA (Comando de Tecnologia Aeroespacial), morreram carbonizados. Era uma sexta-feira e os testes estavam sendo realizados para o lançamento, que ocorreria três dias depois. Apesar de ser o primeiro teste, ele não é considerado a retomada do Programa Aeroespacial Brasileiro. "Não, o programa não parou, continuou recebendo investimentos. Os erros também fazem parte desse processo", disse o economista Carlos Ganem, presidente da Agência Espacial Brasileira. "O episódio está lá como marca de um ensinamento. Um programa espacial se faz com sucesso e também com erros", completou. Nelson Jobim aproveitou a visita ao ITA para conhecer de perto a primeira turbina aeronáutica fabricada no país, planejada pelos alunos universitários do Instituto. A novidade permite ao Brasil entrar para o seleto grupo de países que dominam a tecnologia de turbinas de aviação. "Hoje tivemos dois importantes fatos que mostram o avanço tecnológico do nosso país", avaliou Jobim.

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