Ibama deve liberar caça de jacarés em Rondônia

Protegidos desde 1967, jacarés podem somar 200 mil na região. Hoje, já atacam crianças e animais domésticos

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Por Agencia Estado
Atualização:

O Ibama inicia no próximo mês um mapeamento na Reserva Extrativista do Cuniã, a 130 km de Porto Velho (RO). É o primeiro passo para liberar a caça aos jacarés existentes na região. A reserva ocupa uma área de 55.850 hectares, o equivalente a quase 7 mil campos de futebol. Essa imensidão abrigaria atualmente quase 200 mil jacarés, que já começaram a atacar ribeirinhos e seus animais domésticos. O número começou a aumentar no Cuniã depois que a caça foi proibida, em 1967. Contagem A analista ambiental do Ibama, bióloga Sônia Helena Mendonça, disse que a pressão dos moradores da região pela liberação da caça aumentou depois que uma criança foi devorada, no começo de janeiro. "Mas para que a caça seja permitida é preciso primeiro contar os animais. Isso só será possível a partir de junho, quando o nível das águas baixar." A bióloga não confirmou o número de jacarés existentes na região do Cuniã. "Os ribeirinhos falam em 200 mil, mas é impossível precisar. Lá existem mais de 60 lagos, que ficam emendados durante o período de chuvas. Estive no local há um mês e vi muitos jacarés. Não medimos nenhum, mas sabemos que no zoológico de Porto Velho há um de 5 metros." Menino devorado O animal do zoológico é um jacaré-açu, da mesma espécie que devorou Felipe Souza da Silva, de 5 anos, no lago Cuniã. A mãe do menino, Lucineide Lopes da Silva, de 27 anos, conta que estava lavando roupas no lago e desmaiou quando viu o garoto sendo atacado. "Quando vi o bicho, gritei para que meus filhos saíssem da água. Dois escaparam, mas a menos de 1 metro do barranco Felipe escorregou."

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