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Ibama enfrenta madeireiros do Pará e revela fraudes

Foi divulgado hoje o resultado de uma auditoria, de seis meses, feita pelo Ibama, sobre a "ação criminosa" de 182 empresas madeireiras em municípios no Pará, com adulteração e falsificação de 1.263 Autorizações de Transporte de Produtos Florestais (ATPFs), e sonegação de R$ 45 milhões em impostos na comercialização ilegal de mais de 45 mil metros cúbicos de madeira

Por Agencia Estado
Atualização:

A direção do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) decidiu enfrentar com armas pesadas o setor madeireiro do Pará. O setor, que promove manifestações no sudoeste do Estado, promete para amanhã uma paralisação geral em várias regiões, além de novo bloqueio de rodovias federais e estaduais, num protesto mais radical contra a fiscalização, apreensão de madeira ilegal e multas. A resposta a essa mobilização foi a divulgação hoje do resultado de uma auditoria, de seis meses, feita por procuradores e analistas ambientais do Ibama de Brasília e Belém que constata a "ação criminosa" de 182 empresas madeireiras em dezenas de municípios no Pará, com adulteração e falsificação de 1.263 Autorizações de Transporte de Produtos Florestais (ATPFs). Com as fraudes foram sonegados R$ 45 milhões em impostos na comercialização ilegal de mais de 45 mil metros cúbicos de madeira. Foram três milhões de árvores extraídas ilegalmente, volume suficiente para carregar 2.500 caminhões. De acordo com o gerente executivo do Ibama no Pará, Marcílio Monteiro, as madeireiras vão responder a inquérito administrativo e ação penal por dilapidar patrimônio ambiental e fomentar desmatamento indiscriminado da floresta amazônica. A primeira providência após a conclusão da auditoria foi encaminhar 462 autos de infração no valor total de R$ 4,5 milhões contra as empresas envolvidas. O Ministério Público Federal vai processar as madeireiras por utilização indevida, adulteração e falsificação de documentos públicos. Duas empresas falsificaram o correspondente a R$ 2 milhões em ATPFs, a Indústria de Madeiras Rio Guamá, em São Miguel Guamá, e Pérola Madeiras do Pará, de Tailândia, no sudeste do Estado. A "Operação Belém", como foi denominada a auditoria, indica que quase 30% das empresas investigadas estão no município de Tailândia, a nova rota da ilegalidade na extração e comercialização de madeira. Com a auditoria no Pará, explicou Monteiro, foi mostrada apenas a "ponta do iceberg" de irregularidades na venda de madeira no mercado interno

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