Ibama substitui gerentes estaduais

Ambientalistas recebem bem a maioria das substituições, exceto em São Paulo, onde o nome ainda não foi definido

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Por Agencia Estado
Atualização:

A substituição de todos os gerentes executivos estaduais do Ibama foi uma das primeira providências anunciadas pelo atual presidente, Marcus Barros. Mas a definição de nomes vem demorando mais do que o previsto, embora, em muitos casos, isso se deva a consultas realizadas com ambientalistas. As nomeações vem sendo publicados no Diário Oficial há uma semana, mas ainda faltam estados e regiões importantes, entre os quais São Paulo é o que mais preocupa. Na Bahia, onde a Rede de Ongs da Mata Atlântica (RMA) vinha denunciando esquemas de corrupção, que envolviam autorizações ilegais de desmatamento e até corte de pau-brasil, a escolha do advogado Júlio César de Sá Rocha, da comissão de meio ambiente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) foi festejada. Sobretudo porque Sá Rocha terá, como gerente regional de Eunápolis, foco das denúncias, o ambientalista José Augusto Tosato. Segundo Renato Cunha, do Gambá, os gerentes nomeados em Santa Catarina, Espírito Santo e Alagoas também contam com o apoio da RMA. Em Manaus, o apoio vem da Pastoral da Terra. No Rio de Janeiro, Edson Bedim de Azeredo é endossado pelo deputado verde Carlos Minc e, no Acre, Anselmo Fornec vem do gabinete da ministra Marina Silva e trabalhou em alguns dos bem sucedidos protocolos municipais de controle do fogo agrícola. ?Com três meses de governo, a escolha dos gerentes regionais está demorando um pouco. Manaus, Santarém, Belém, Marabá, Mato Grosso, Juína (no Mato Grosso) são áreas críticas, por conta da exploração madeireira, e ter gerentes regionais qualificados vai fazer a diferença no trabalho do novo governo?, observa Paulo Adário, do Greenpeace. Segundo ele, não basta ter um bom time em Brasília, pois ?o problema está na ponta do sistema?. Hoje foi anunciada a nova gerente do Rio Grande do Sul, Maria Cecília Hypólito. Mas ainda faltam os nomes do Ceará, Rio Grande do Norte e São Paulo. ?Há um clima de decepção em São Paulo, pois houve uma articulação dos ambientalistas com o PT e um certo consenso em torno de dois ou três nomes?, diz Mário Mantovani, da Fundação SOS Mata Atlântica. ?No entanto, parece que será indicada uma pessoa, que ninguém sabe quem é. Isso é preocupante, pois o Wilson Lima (atual gerente) representou um ganho muito grande para o Ibama no Estado. Além disso, como o governo de São Paulo é da oposição, uma pessoa sem trânsito no governo estadual e no movimento ambientalista terá mais dificuldade de trazer as inovações necessárias?.

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