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Incêndio destrói estufa da Unesp e atrasa pesquisas

Por Agencia Estado
Atualização:

Centenas de amostras de plantas destruídas, inclusive de espécies ainda desconhecidas, e pelo menos um ano de atraso em pesquisas. Esse foi o saldo do prejuízo científico de um incêndio que varreu uma das três estufas do Departamento de Botânica da Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Rio Claro, no final da noite de segunda-feira. Segundo o professor Reinaldo Monteiro, uma coleção científica de pelo menos 400 amostras vegetais foi reduzida a cinzas. Os bombeiros contiveram o fogo antes que ele atingisse uma segunda estufa, onde estavam outras cerca de 600 amostras. Não havia ninguém no local. Um vigilante da universidade percebeu a fumaça, por volta das 23 horas, acionou os bombeiros e os responsáveis pelo departamento. Monteiro explicou que as amostras destruídas haviam sido coletadas na semana passada no Parque Estadual da Ilha do Cardoso, no litoral sul de São Paulo, e em áreas do Centro-Oeste, principalmente Goiás e Tocantins. "Não vamos ter recursos para voltar a esses locais tão cedo", comentou o professor. Como a coleta precisa ser feita na época em que a planta está florescendo, somente poderá ser repetida no próximo ano, alegou Monteiro. "O prejuízo científico é inestimável. Algumas pesquisas terão de ser adiadas para o ano que vem." Ele acrescentou que a estufa incendiada terá de ser recuperada no máximo em duas semanas, para não comprometer outros projetos, mas não soube calcular quanto terá de ser investido. Depois de colhidas, as amostras são colocadas entre duas folhas de jornal, duas de papelão grosso e duas tábuas, amarradas fortemente com cordas. Esse conjunto, chamado de prensa, é levado para secar na estufa, uma caixa madeira com seis lâmpadas incandescentes ao fundo, protegidas por uma tela de arame. Depois de desidratadas, o que leva em média uma semana, as amostras são levadas ao herbário e podem ser reidratadas posteriormente. O professor acredita que o calor e a grande quantidade de material na estufa podem ter causado o incêndio. "A ponta de uma corda pode ter entrado em contato com uma lâmpada e principiado o fogo", avaliou. Ele afirmou que foi o primeiro registro de acidente no local.

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