Índia entra em corrida espacial com primeira missão lunar

A sonda Chandrayaan-1 vai se juntar naves japonesas e chinesas que já estão em órbita lunar

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Por Associated Press
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A Índia está pronta para lançar, por volta das 23h desta terça-feira (hora de Brasília) sua primeira missão à Lua, o que põe o país no grupo de elite das nações com competência tecnológica para chegar ao satélite natural da Terra e alimenta a corrida espacial na Ásia.    Nasa adia próxima missão de exploração da Lua para 2009  Sonda japonesa faz imagens de alta definição da Terra  China divulga nova série de fotos da Lua feitas por sua sonda ITA testa um dos motores do Veiculo Lançador de Satélite   A sonda Chandrayaan-1 vai se juntar naves japonesas e chinesas que já estão em órbita lunar, e realizará uma missão de dois anos para mapear por completo a superfície do satélite. Chandrayaan signifiac "nave lunar" em sânscrito.    À medida que a economia indiana cresceu nos últimos anos, o país tem buscado converter a riqueza - erguida sobre o setor de alta tecnologia - em poderio político e militar para firmar-se como líder mundial. O governo indiano espera que a missão lunar, realizada poucos meses depois de o país ter sido reconhecido como potência nuclear pelos EUA, ajude a alimentar esse status.   "Trata-se de um notável feito tecnológico para o país", disse S. Satish, porta-voz da Organização Indiana de Pesquisa Espacial (Isro).   Até hoje, apenas EUA, Rússia, a Agência Espacial Européia (ESA), Japão e China enviaram missões à Lua. Nos últimos anos, a Ásia assumiu a dianteira na exploração da Lua. Em outubro do ano passado, o Japão enviou a sonda Kaguya. Um mês depois, a nave chinesa Chang'e-1 atingiu órbita lunar.  A China, em especial, vem abrindo caminho no espaço. Pequim causou sensação em 2003, ao se tornar o primeiro país do Oriente a pôr astronautas em órbita da Terra. No mês passado, chineses realizaram a primeira caminhada espacial do país.   O líder da agência espacial indiana acredita que seu país logo conseguirá alcançar a China. "na comparação com a China, estamos melhor em muitas áreas", disse G. Madhavan Nair, em entrevista a uma revista chinesa, citando as capacidades de lançamento de carga e comunicação. A Índia parece estar atrás, disse ele, porque não pôs foco em missões tripuladas. "Mas, com o financiamento e as autorizações necessárias, poderemos alcançar rapidamente nosso vizinho nessa área".   A missão não é motivada a penas por prestígio e rivalidade. Analistas dizem que a Índia está colhendo importantes recompensas da tecnologia desenvolvida.   "Cada país faz o que faz para estimular a tecnologia de pesquisa pelo bem da nação", disse o analista Charles Vick, do centro de estudos GlobalSecurity.org. "Tradicionalmente, cada dólar investido no espaço traz muitos mais de volta".   A missão indiana também envolve cooperação internacional: dos 11 instrumentos a bordo da sonda, cinco são indianos, três da ESA, dois dos EUA e um , da Bulgária.   Entre os objetivos da missão de US$ 80 milhões está o mapeamento da Lua, em busca de depósitos minerais no subsolo e o teste de sistemas para um possível futuro pouso no astro, diz a Isro.   A Índia planeja seguir a missão com o pouso de um robô sobre rodas em 2011 e, finalmente, com o envio de astronautas, embora essa fase do programa ainda não tenha sido aprovada.   Vick acredita que o envio de astronautas é inevitável. "Onde o não-tripulado vai, o ser humano inevitavelmente segue", disse ele.

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