As queimadas se intensificaram, durante o mês de julho, totalizando praticamente o dobro de focos verificados em junho. Conforme os dados do satélite noturno NOAA-12, processados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e Embrapa Monitoramento por Satélite (CNPM), foram 19.501 pontos de fogo em todo o país, em julho, contra os 10.585 focos de junho. Em relação a igual período dos dois anos passados, o aumento também é significativo: julho de 2003 queimou 74% a mais do que julho de 2002 e 180% a mais do que julho de 2001. Como vem acontecendo desde o início da estação seca, a maioria das queimadas se concentra em Mato Grosso, sobretudo no centro-norte do estado. Foram 11.585 focos de fogo no Mato Grosso, representando pouco mais de 59% do total nacional. Relativamente, este porcentual caiu (estava no patamar dos 70% do total nacional). Mas não porque tenham ocorrido menos queimadas no estado e sim porque aumentou o uso do fogo em outras partes da Amazônia, como o Pará (2.412 focos), Tocantins (816 focos), Maranhão (785 focos) e Rondônia (783 focos). Os incêndios dentro de unidades de conservação, segundo o serviço especial do Inpe, atingiram especialmente o Parque Nacional das Emas (15 focos), em Goiás, área onde se protege o cerrado típico do Planalto Central. Também houve registros nos parques nacionais da Chapada dos Veadeiros, igualmente em Goiás, e da Chapada Diamantina, na Bahia; nas florestas nacionais de Jamari e Bom Futuro, ambas em Rondônia; na Estação Ecológica de Uruçuí-Una, no Piauí, onde o fogo já dura mais de um mês, e na Reserva Biológica do Guaporé, zona de floresta de várzea, na fronteira de Rondônia com a Bolívia.