Investigação critica gerenciamento de missão a Marte

"Os riscos... se mostraram de difícil solução, por conta das restrições financeiras e de prazo", diz relatório sobre a perda do robô Beagle 2

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Por Agencia Estado
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Uma investigação oficial sobre o fracasso da missão européia Beagle 2 a Marte fez críticas veladas ao projeto, recomendando que no futuro missões parecidas contem com melhor gerenciamento e mais verba. O ministro britânico da Ciência, Lorde Sainsbury, disse que não há nenhuma falha técnica específica responsável pelo fracasso do robô Beagle, que aparentemente foi destruído ao chegar à superfície de Marte, mas deu a entender que os cientistas subestimaram os riscos. ?Está claro agora que os altíssimos benefícios científicos em potencial do projeto podem ter contribuído para uma subestimação coletiva e institucional de modos de identificar e mitigar riscos... que se mostraram de difícil solução, por conta das restrições financeiras e de prazo?, disse Sainsbury. O governo britânico e a Agência Espacial Européia (ESA) recusaram-se a divulgar a íntegra do relatório sobre a perda do Beagle 2, apresentando apenas uma lista de recomendações extraídas do inquérito. O governo britânico investiu mais de US$ 40 milhões no robô, que foi construído no Reino Unido. Outros US$ 80 milhões vieram de empresas privadas. O Beagle 2 deveria ter pousado em Marte no Natal de 2003, mas não deu mais sinais desde sua ejeção do satélite Mars Express, em meados de dezembro. O robô deveria passar seis meses analisando o solo marciano, em busca de sinais de vida. David Southwood, diretor de ciência espacial da ESA, disse que a comunidade científica aprendeu diversas lições com o fracasso do Beagle 2 e que a Europa seguirá com a exploração do Sistema Solar. ?Explorar o Sistema Solar é importante demais para deixar tudo a cargo dos americanos, e nós europeus temos um papel a desempenhar?, disse.

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