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Ipen já pode produzir laser com potência terawatt

Com novo laboratório, instituto deve desenvolver soluções para áreas de saúde, ambiente e nanotecnologia

Por Agencia Estado
Atualização:

O ciclo para se chegar à potência na escala do terawatt está dominado pelos pesquisadores do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen). No Laboratório de Lasers Compactos de Altíssima Potência, inaugurado na segunda-feira, em São Paulo, diversas novas pesquisas com aplicações práticas nas áreas de saúde, ambiente e nanotecnologia poderão ser feitas a partir de agora. Este laboratório é o único do tipo no Hemisfério Sul, disse Nilson Dias Vieira Júnior, gerente do Centro de Lasers e Aplicações (CLA) do Ipen. Em dois meses, o laboratório deverá conseguir chegar ao terawatt. ?Essa é uma potência muito importante. Sem dúvida isso será um grande diferencial para o Brasil?, explica Vieira. Dez multiplicado por dez doze vezes. Essa conta, que chega à casa do trilhão, oferece a real dimensão do que representa 1 terawatt de potência. Mais do que isso, o sistema montado no Ipen atingirá a grandiosa potência em um tempo de pulsação que pode chegar a um segundo dividido em mil trilhões. Essa unidade é conhecida pelos especialistas como femtossegundo. Abrasão de tecidos ?Uma das promessas é na área de abrasão de tecidos biológicos, como o dente, por exemplo?, explica Vieira. Como o uso do laser na potência terawatt pode ser feito de forma bem seletiva, e isso não gera calor, a importância dessa ferramenta surge de forma quase direta. ?É possível agir sobre o tecido de um dente sem destruir o que está em volta.? Outro experimento que pode ser feito é a leitura das assinaturas químicas das várias espécies espalhadas pela atmosfera. ?Para isso, é necessário uma fonte de luz branca, que seja jogada na atmosfera para ser absorvida em várias altitudes e depois medida.? Nesse caso, o laser na potência terawatt pode conseguir identificar, entre outras coisas, a constituição de poluentes atmosféricos presentes seja a 1, 2 ou 10 quilômetros de altura. Para conseguir montar o laboratório e a infra-estrutura multiusuário que será embarcada nele, a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) investiu R$ 1,25 milhão. E mais R$ 1 milhão foi investido pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), por meio de um projeto temático.

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