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Irmãos Castro enviam coroas de flores a velório de Niemeyer

Ex-militante comunista, arquiteto foi saudado como 'incondicional amigo de Cuba' em mensagem mandada por Fidel

Por Heloisa Aruth Sturm e Luciana Nunes Leal
Atualização:

RIO DE JANEIRO - Entre as muitas coroas de flores enviadas ao velório do arquiteto e ex-militante comunista Oscar Niemeyer, no Palácio da Cidade, zona sul do Rio de Janeiro, destacam-se as homenagens dos irmãos Fidel e Raul Castro. Cada um enviou uma coroa. Fidel lembrou "o incondicional amigo de Cuba Oscar Niemeyer", e o irmão Raul, o "querido amigo Niemeyer". O velório foi aberto ao público por volta das 8h30 e deve terminar às 17h, quando o corpo do arquiteto será levado ao Cemitério São João Batista. Às 15h, a cerimônia será fechada para amigos e familiares.
Fidel assinou a lembrança como "comandante em chefe Fidel Castro Ruiz". Seu irmão assina a coroa como "general Raul Castro". Uma terceira coroa de flores foi enviada pelo embaixador de Cuba no Brasil, Carlos Zamora Rodríguez.
O engenheiro Giorgio Veneziani, de 86 anos, que trabalhou com Niemeyer na construção da Catedral de Brasília, foi ao Palácio da Cidade prestar homenagem ao arquiteto. Ele falou da convivência entre os dois.
"Quando eu estudava na Itália, Niemeyer já era uma referência. Estivemos juntos muitas vezes e tivemos outros pontos de convergência, como o socialismo. E isso nos aproximava ainda mais.Ele me chamava de amigo e companheiro", diz o engenheiro, acrescentando que fez o revestimento de mármore de todos os palácios de Brasília projetados pelo amigo.
Fundação. A família de Oscar Niemeyer quer recuperar a Casa das Canoas, construída há 60 anos pelo arquiteto. O imóvel, tombado pelo Iphan e que já esteve aberto à visitação, está fechado e precisa de obras de infraestrutura. A intenção é transformá-la em uma espécie de museu.
Carlos Ricardo Niemeyer, um dos diretores da Fundação Niemeyer, informou que a instituição fará um inventário das obras o arquiteto que estão em andamento. Segundo ele, a família nunca discutiu a sucessão de Niemeyer. "A vitalidade dele se devia muito à vontade de trabalhar. Nunca se levantou o que seria feito quando ele morresse. Seria um desrespeito", disse o diretor da Fundação Niemeyer. 

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