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Japão passa a permitir embriões híbridos entre humanos e animais

País é o primeiro a aprovar medida que libera desenvolvimento completo, até o nascimento; OMS é contra 'mistura' entre as espécies

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Por Redação
Atualização:

O Ministério da Ciência do Japão permitiu, a partir desta quinta-feira, 1º, o nascimento de embriões híbridos de humanos e animais para a criação de órgãos humanos. O país é o primeiro a aprovar uma medida deste gênero, que libera o desenvolvimento do embrião até o seu nascimento propriamente dito. 

O pesquisador espera desenvolver órgãos humanos completos que podem ser usados em transplantes Foto: Hiromitsu Nakauchi/Universidade de Tóquio/Divulgação

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Em março, o Japão já havia suspendido a proibição ao desenvolvimento de embriões híbridos de humanos e animais, além de ter colocado fim ao impedimento de transplantar órgãos desenvolvidos em embriões de animais para outros animais.

De acordo com a agência de notícias alemã Deutsche Welle, na Universidade de Tóquio, o pesquisador Hiromitsu Nakauchi tem cultivado células-tronco humanas em embriões de camundongos, ratos e porcos, para depois transplantar esse embrião em outro animal. 

A partir desta técnica, o pesquisador espera desenvolver órgãos humanos completos que podem ser usados em transplantes. 

Apesar do sinal verde do Ministério da Ciência, os projetos devem ser detalhados para, em seguida, receberem o aval da pasta para que saiam do papel. 

O que diz a OMS

Em contrapartida, na última sexta-feira, 26, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou, em uma recomendação ao diretor-geral do órgão, o etíope Tedros Adhanom Ghebreyesus, que, provisoriamente, "seria irresponsável continuar com os estudos de aplicações de genomas na linha germinativa humana". 

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"A edição do genoma da linha germinativa humana apresenta desafios éticos e técnicos únicos e sem precedentes. As autoridades reguladoras de todos os países não devem permitir nenhum trabalho adicional nessa área até que suas implicações sejam devidamente consideradas”, disse Ghebreyesus. 

No comunicado, a OMS aconselha ainda que as autoridades reguladoras ou de ética se abstenham de emitir aprovações relativas a pedidos de aplicações clínicas para trabalhos deste gênero. /COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

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