Atualizado às 18h00
O jornalista e escritor Ivan Lessa morreu na sexta-feira, aos 77 anos, em Londres, onde vivia desde 1978. A informação da morte foi confirmada pela BBC Brasil, onde ele tinha uma coluna publicada três vezes por semana.
A causa da morte ainda não é conhecida. Lessa sofria de efisema pulmonar e tinha problemas respiratórios, segundo sua viúva, Elizabeth, em entrevisa para a GloboNews.
Filho do também escritor Orígenes Lessa, Ivan foi editor e um dos primeiros colaboradores de "O Pasquim", famoso pela oposição feita ao governo militar, ao lado de Paulo Francis e Millôr Fernandes.
Foi a convite de Paulo Francis que Ivan Lessa começou a trabalhar com jornalismo. Em 1959, ele deixou o emprego em uma empresa de publicidade e se tornou redator na extinta revista "Senhor".
Em "O Pasquim", o jornalista criou o Pasquim Novela, os Diários de Londres e o Gip-Gip-Nheco-Nheco. Dono de um humor afiado, Lessa acreditava que a censura forçava o exercício de deixar mensagens nas entrelinhas.
Ivan teve três livros publicados: Garotos da Fuzarca (1986), Ivan Vê o Mundo (1999) e O Luar e a Rainha (2005).
O escritor deixou o Brasil para se radicar na capital britânica em 1978 e se tornou colaborador da BBC, onde permaneceu até sua morte. A última coluna de Ivan Lessa foi publicada na sexta-feira.
Da Inglaterra, Ivan Lessa também passou a colaborar com o Caderno 2, editoria de cultura do Estado. As colunas semanais do jornalista foram publicadas pelo jornal de outubro de 1992 a meados de 1993.
Ivan também trabalhou para a TV Globo e colaborou com os jornais Folha de S. Paulo, Jornal do Brasil, Diário Carioca e Última Hora.
Repercussão
A presidenta Dilma Rousseff lamentou a morte do jornalista Ivan Lessa. Em telegrama, Dilma afirma que o Brasil perde um de seus cronistas mais talentosos.
Leia abaixo a íntegra do telegrama:
"Ivan Lessa foi um escritor indomável. Foi irônico, mordaz, provocador, iconoclasta e surpreendentemente lírico - acima de tudo brilhante no trato com as palavras. Sua contribuição à resistência democrática está registrada nas páginas do Pasquim, um espaço de liberdade e crítica que Ivan e seus companheiros souberam abrir, com humor e astúcia, para toda uma geração de brasileiros, num momento em que isso parecia impossível. O Brasil perde um de seus cronistas mais talentosos."