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Lefebvrianos ordenam sacerdotes; Vaticano desaprova

Sociedade São Pio X ordenou oito sacerdotes e nove diáconos em decisão que a Igreja considerou 'ilegítima'

Por Efe
Atualização:

A congregação lefebvriana Sociedade São Pio X ordenou nesta segunda-feira, 29, oito sacerdotes e nove diáconos na cidade suíça de Ecône, em uma decisão que o Vaticano considera ilegítima.

 

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A cada 29 de junho, na festa de São Pedro e São Paulo, a Sociedade ordena seminaristas, que após seis anos de estudos, considera preparados.

 

Há quase duas semanas, no dia 17 de junho, o Vaticano desaprovou publicamente essa cerimônia, porque considera as ordenações ilegítimas, dado que não reconhece a fraternidade, não aceita que tenha uma posição canônica dentro da Igreja e, portanto, não dá valor aos seus sacerdotes.

 

O Vaticano reiterou nesta segunda-feira, 29, que as ordenações de sacerdotes realizadas pela Sociedade São Pio X são "ilegítimas". "As ordenações, como já se explicou recentemente, são ilegítimas", se limitou a dizer para a imprensa o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi.

 

Por sua parte, a Conferência Episcopal Suíça assinalou que a ordenação não surpreendeu. "A única coisa que a celebração de hoje mostra é que a Sociedade não tem nenhuma relação com Roma ou com o papa, na situação atual", declarou Walter Müller, porta-voz da Conferência. "Vamos ver como se desenvolvem as conversas em Roma", acrescentou.

 

Desde o início de junho, os 15 cardeais da Congregação para a Doutrina da Fé estão trabalhando sobre um texto que estabeleça o marco de diálogo entre o Vaticano e os lefebvrianos.

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O texto exigirá que a Sociedade aceite o Concílio Vaticano II, que, entre outros aspectos, modernizou os ritos eclesiásticos católicos, ponto crítico do conflito.

 

Fundada em 1970 pelo monsenhor Marcel Lefebvre, a Sociedade São Pio X nega o Concílio e continua celebrando seus ritos em latim. O próprio Lefebvre foi excomungado pelo papa João Paulo II, em 1988, após ordenar quatro sacerdotes.

 

Bento XVI quis começar um caminho de entendimento com a Sociedade e, em janeiro, suspendeu a excomunhão dos quatro sacerdotes, incluindo Ricard Williamson, que negou a existência do Holocausto.

 

A decisão não afetou a rotina da Sociedade, que neste ano realizou pelo menos 15 ordenações na Alemanha e nos Estados Unidos.

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