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Maioria dos brasileiros apóia pesquisa com células-tronco

Os números pouco se alteram quando o recorte é feito por religião do entrevistado

Por Simone Iwasso
Atualização:

A maioria da população brasileira é a favor das pesquisas com células-tronco embrionárias para descobrir tratamentos para doenças graves, segundo levantamento feito pelo Ibope em uma amostragem nacional entre os dias 24 e 29 de janeiro. O total de pessoas que concorda totalmente com a liberação está em 75%. Já 20% afirmam concordar parcialmente.   Os números pouco se alteram quando o recorte é feito por religião do entrevistado. Entre os católicos a porcentagem de favoráveis é exatamente a mesma, mostrando uma divergência entre a cúpula da Igreja, que se pronuncia contra os trabalhos na área. Outras pesquisas mostraram que fiéis adotam comportamentos diferentes dos pregados pela Igreja em temas que envolvem planejamento familiar e sexualidade. Entre evangélicos, cai para 71% o apoio total aos cientistas e fica em 20% o apoio parcial.         O apoio aumenta entre os homens e conforme cresce o nível de escolaridade dos entrevistados. Entre pessoas com curso superior completo, a concordância total chega a 83%. É também maior na região Sudeste (83%) e menor no Norte e Centro-Oeste (67%). O Ibope entrevistou 1863 homens e mulheres, com idades entre 16 e 70 anos de todos os Estados, e níveis de escolaridade que variavam do ensino fundamental incompleto ao superior completo. A pesquisa foi encomendada pela organização não-governamental Católicas pelo Direito de Decidir.   "A pesquisa apontou que os brasileiros têm um pensamento contemporâneo e apóiam as pesquisas com células-tronco embrionárias como forma de desenvolver novas oportunidades no campo da medicina. Isso indica que estamos preparados para analisar por outros aspectos as atitudes que são, realmente, em favor da vida", explica a coordenadora de Católicas pelo Direito de Decidir, a socióloga Dulce Xavier.   A Igreja Católica já se pronunciou diversas vezes e emitiu uma série de notas oficiais reforçando a posição contrária à liberação e uso das células-tronco embrionárias, por considerá-las um ser vivo, que não pode ser manipulado em pesquisas. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) enviou uma carta aos ministros do Supremo Tribunal Federal pedindo a não-liberação.

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